Almoço da Misericórdia de Fátima/Ourém visa aproximar a comunidade e angariar fundos

Uma equipa de voluntários da Santa Casa da Misericórdia de Fátima-Ourém organiza há dez anos o Almoço das Comadres. Ao já tradicional almoço convívio, que é aberto a toda a comunidade, juntaram-se mais de 450 pessoas para saborear as couves de carne e não deixar morrer a tradição. Foi no passado dia 3 de março. 

“Há muitos anos, quando as dificuldades eram muitas, no domingo gordo, as comadres e vizinhas juntavam-se para fazer um almoço. Cada uma trazia um pedaço de carne de porco de sua casa que juntavam na mesma panela e depois juntavam couves, as chamadas couves de carne, depois repartiam a refeição por todos”, contou ao VM a diretora técnica da Misericórdia de Fátima, Diana Silva. 

Depois de muitos anos em que a tradição não se cumpriu, um grupo de voluntários da Misericórdia de Fátima, apoiados pela mesa administrativa, arregaçou as mangas e deitaram as mãos a tachos e panelas para reavivarem a tradição. “Na primeira edição tivemos mais de 300 pessoas, então decidimos continuar”, referiu Diana Silva.

Homens e mulheres, tal como manda a tradição, juntam-se agora à mesa, ano após ano, para saborear as couves de carne e não deixarem morrer o costume. Para a diretora técnica, este é um momento “de convívio entre gerações, mas, sobretudo, uma forma de promovermos o convívio entre os nossos utentes e a comunidade em geral, porque eles acabam sempre por conhecer alguém e recordar outros tempos e muitos dos utentes acabam por vir com as famílias”. 

Para além de manter viva a tradição e fomentar o convívio entre várias gerações, o almoço das comadres serve também para arrecadar fundos para outros projetos da instituição. “A receita recolhida (10 euros por adulto e 7 por criança), à semelhança dos anos anteriores, contribuirá para a construção da nova sede da Santa Casa, que esperamos arranque em breve”, disse a técnica. Relembre-se que a sede da Misericórdia funciona atualmente num espaço alugado. 

Este ano estiveram envolvidos na confeção do repasto e preparação de evento cerca de 40 voluntários, entre os quais alguns idosos da instituição. “O evento é feito por voluntários da instituição, da comunidade e pelos nossos idosos que nos ajudam na decoração do espaço, e no embalamento de alguns produtos regionais, como pão caseiro e chouriços, que depois vendemos”, contou Diana Silva. 

Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves