O objetivo é preparar crianças e jovens para uma vida autónoma depois da desinstitucionalização. A formação, teórica e prática, vai já na sua segunda edição.
“Os nossos residentes saem do lar, um contexto protetor, para uma vida autónoma, em que têm de se desenrascar sozinhos. E acontecia muitas vezes os ex-residentes procurarem-nos para os ajudarmos a resolver situações do dia-a-dia. Então percebemos que tinha de haver um meio termo”, referiu a assistente social do CAR, Liliana Silva.
O meio termo surgiu em 2017 quando a Santa Casa de Almada criou o projeto Sentidos. Uma formação, teórica e prática, que decorre aos domingos, ao longo de todo o ano civil e cujo objetivo é, segundo a técnica, “dar competências pessoais e sociais a estes jovens de forma a prepará-los um bocadinho para a autonomia de vida”.
Ao todo são 15 os jovens que ao longo do ano frequentam a formação (10 residentes e 5 ex-residentes). Bricolage, serviços e burocracias, empregabilidade, saúde e alimentação, cidadania, gestão orçamental e doméstica são as áreas trabalhadas.
Do mais básico ao mais complexo é um dos lemas do projeto Sentidos, que ensina a estes jovens, que não têm apoio do agregado familiar, a realizar tarefas que fazem parte do dia-a-dia como trocar uma lâmpada, marcar uma consulta, elaborar um currículo vitae, preencher o IRS, entre outros. “No fundo queremos prepará-los para gerirem o seu dia-a-dia da melhor maneira possível”, disse a técnica. Acrescentando que o facto de a formação ser muito prática dá uma motivação extra aos jovens”.
Na sua segunda edição a formação, que é ministrada por parceiros e voluntários de diversas áreas, já está a dar frutos. “Notamos que no final da formação eles já adquiriram muitas das competências propostas, mas essa avaliação só pode ser feita quando saírem da instituição”, referiu Liliana Silva.
Financiado pela Fundação Montepio, através do programa FACES – Financiamento e Apoio para Combate à Exclusão Social, o Projeto Sentidos termina em 2020 estando já a Misericórdia de Almada a pensar em soluções para que o mesmo continue após este período.
Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves