Depois de concluído o mestrado em Engenharia e Gestão Industrial, na Universidade do Porto, o jovem Hermano Maia recorda com satisfação o momento em que soube que a bolsa da Misericórdia da Maia lhe seria destinada. Na altura, a média de 19,4 colocou-o no topo da lista de candidatos e permitiu-lhe pagar a primeira anuidade das propinas. “Foi um incentivo e uma boa ajuda”, lembra, em conversa telefónica com o VM. Além das bolsas de estudo, atribuídas nos últimos 13 anos, a provedora Maria Rebelo Maia revela que foram criadas menções honrosas para “responder ao elevado número de candidaturas apresentadas todos os anos”.
Gonçalo Vilela (na foto), natural da Ribeira Grande, foi contemplado recentemente com um prémio de mil euros, pela Misericórdia da terra natal, e admite que a verba vai ser “útil para pagar as propinas”. O açoriano frequenta o 2º ano da licenciatura em Direito, na Universidade de Lisboa, e optou por alugar um quarto na Brandoa, concelho da Amadora, por ser mais barato e próximo da casa do avô. Encontramo-lo no “bar velho” da faculdade, a preparar uma sebenta para a cadeira de Teoria Geral do Direito Civil I, da qual vai ser tutor, e percebemos que apesar do empenho nos estudos, também quer aproveitar o melhor da vida universitária: amigos e oferta cultural na capital.
Em Águeda, o protocolo com duas escolas secundárias locais permite apoiar quatro estudantes por ano, dois por área de estudos (letras e ciências), em homenagem a duas figuras de relevo na história da instituição: Conde de Sucena (benemérito ligado à fundação) e António Breda (médico e benfeitor). O provedor António Mota Rodrigues explica que esta iniciativa pretende incentivar a frequência de cursos superiores de jovens, com aproveitamento escolar, que por carências económicas tenham dificuldade em prosseguir os estudos.
Visando a qualificação profissional dos jovens das suas localidades, também as Misericórdias de Mora, Évora e Pernes atribuem prémios anuais aos estudantes, em cada ano letivo. Na diáspora, a Santa Casa de Macau segue o exemplo das congéneres atribuindo prémios aos melhores alunos de português e mandarim (língua não materna), que frequentem o 6°, 9° e 12° ano de escolaridade, na Escola Portuguesa de Macau.
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Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas