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- Arganil | Incutir disciplina e ‘fugir’ das tecnologias com ballet
É na Academia Condessa das Canas, uma antiga escola primária recuperada pela Misericórdia de Arganil para ser um polo cultural, que uma vez por semana crianças e jovens fazem aulas de ballet. Durante uma hora é ver as meninas de “tutu”, “em pontas” e a fazer “pliés”.
Joana Ribeiro, responsável pela animação da Santa Casa, contou ao VM que tudo começou em setembro de 2018 quando uma jovem arganilense, Tamára Simão, pediu o apoio da Misericórdia de Arganil para dar aulas. “A Misericórdia acedeu e forneceu o espaço para as aulas, apoiando ainda na divulgação e logística”, contou.
No primeiro ano frequentaram as aulas cerca de 15 crianças, um ano depois são mais de 40 as crianças e jovens inscritas. “Inclusivamente algumas são de concelhos vizinhos”, frisou a responsável. Este aumento significativo de inscrições deve-se, segundo Joana Ribeiro, à professora que é “muito disciplinada e leva muito a sério este trabalho, o que acaba por ser um exemplo para as alunas”.
“Nos tempos que correm”, continuou, “temos crianças com comportamentos muito difíceis, e o ballet, para além da componente física, dá-lhes outras ferramentas para o dia-a-dia como a disciplina, o respeito, o serem persistentes para atingir um objetivo, ajuda-as a controlar alguma ansiedade e a concentrarem-se, por exemplo”.
Quem também está contente com os benefícios das aulas são os pais das pequenas bailarinas que “destacam muito o facto de o ballet estar a ajudar estas crianças a obedecerem a regras, a serem responsáveis e ainda o facto de ajudar os filhos a libertarem-se da televisão, dos telemóveis e outras tecnologias”, referiu Joana Ribeiro.
A Academia de Ballet Condessa das Canas é já um sucesso no concelho e a prova disso foi o espetáculo de fim de ano, uma recriação de “A Bela Adormecida”, que decorreu no Centro Cultural de Tábua e teve lotação esgotada. Joana Ribeiro espera agora que o “preconceito de que o ballet é só para meninas” se dissipe e que em breve se juntem à Academia alguns rapazes.
Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves