A localidade do Divino Espírito Santo da Maia, em São Miguel, Açores, ficou mais bonita e amiga dos animais abandonados depois de as crianças que frequentam o centro de atividades de tempos livres (CATL) da Misericórdia local terem decorado casinhas para gatos de rua.
“A iniciativa partiu da jornalista Margarida Pereira que pediu ao provedor da Misericórdia do Divino Espírito Santo da Maia que a ajudasse na construção de três casinhas de madeira para abrigar os gatos de rua de quem ela cuida diariamente”, explicou ao VM o coordenador pedagógico da Santa Casa, Paulo Bulhões.
Depois de as casas serem construídas pelo carpinteiro da instituição foram entregues no CATL para que as crianças, com ajuda dos funcionários, as pudessem decorar ao seu gosto e torná-las mais acolhedoras.
Mas primeiro, e dado o papel que a Misericórdia assume enquanto agente educativo, a equipa pedagógica da Misericórdia aproveitou esta atividade para sensibilizar as crianças para a “importância de cuidarmos dos animais, não só dos domésticos, mas também dos animais abandonados que merecem ser bem tratados e ter algumas condições de vida. Explicámos também o motivo pelo qual estavam aquelas casinhas a ser decoradas, para que eles percebessem que o que a senhora Margarida faz diariamente ao cuidar dos gatos abandonados é uma causa muito nobre”.
Paulo Bulhões destacou ainda que é importante “explicar em tenra idade que por vezes, infelizmente, as coisas não são bonitas e que nós adultos também temos comportamentos menos corretos, como abandonar animais ou não cuidar deles”.
Segundo o coordenador pedagógico da Santa Casa, durante toda a atividade, as “crianças mostraram-se muito sensíveis e recetivas, quiseram dar sempre a sua opinião em tudo, desde o telhado à fachada da casa”. No entanto, estavam “preocupadas em saber como os gatos iam entrar e sair e nós explicámos que eles iam ser treinados, mas que a ideia era que continuassem em liberdade, mas com um local abrigado para dormir em segurança”.
Depois de todas as explicações e de as casinhas para os gatos estarem devidamente decoradas, as crianças foram “colocá-las junto da casa da senhora que trata deles. Fizemos questão que assim fosse para eles perceberem que não estávamos a falar do hipotético, mas que esta é uma realidade que está presente diariamente”, concluiu Paulo Bulhões.
Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves