Projeto da Santa Casa da Misericórdia do Divino Espírito Santa da Maia visa promover a leitura junto dos mais novos

A rede de centro de atividades de tempos livres (CATL) da Misericórdia do Divino Espírito Santo da Maia está a desenvolver, desde meados de março, o projeto “Ler é preciso”. Estimular o gosto pela leitura desde a idade de pré-escolar, enriquecer as capacidades de comunicação, experienciar emoções através da leitura e potenciar a concentração das crianças são alguns dos objetivos desta iniciativa que surgiu durante o encerramento dos CATL por causa da pandemia.

Durante um mês, os funcionários dos CATL da Misericórdia do Divino Espírito Santo da Maia percorreram seis freguesias do concelho da Ribeira Grande para levar livros a casa de 170 crianças que frequentam aquela resposta social. A ideia surgiu, segundo o coordenador pedagógico da instituição, Paulo Bulhões, porque precisavam “de manter a relação de proximidade com as crianças e famílias” durante o período em que estiveram encerrados, mas também “porque é fundamental fomentar a leitura desde tenra idade e esta pareceu-nos a oportunidade certa para o fazer”.

Um ‘dois em um’ que, para Paulo Bulhões, juntou o “útil ao agradável” e permitiu que a “leitura fizesse parte do dia-a-dia das crianças, estimulando-as para o contacto com a literatura infantil, com as palavras, para uma maior capacidade de imaginação, possibilitando ainda um vocabulário mais rico e experimentar diversas emoções com a leitura”.

Enquanto as crianças liam em casa, as equipas do CATL foram narrando as histórias online, “para que não se sentissem sozinhas nesta caminhada, para as estimular ainda mais e para lhes transmitir que a leitura é uma coisa apaixonante que nos faz sonhar e crescer”, referiu.

Para o coordenador pedagógico da Misericórdia, promover a leitura é o grande objetivo do ‘Ler é preciso’, principalmente porque “este projeto é dirigido a uma vasta população que vive em meio rural, em contextos familiares desfavorecidos e vulneráveis” em “que as crianças não têm um único livro em casa”.

Com a reabertura do CATL, que aconteceu cerca de um mês após o início do projeto, o “Ler é preciso” foi adaptado. Em cada sala do CATL foi criado um espaço dedicado à leitura e uma biblioteca que de 15 em 15 dias recebe livros novos. A ideia é, segundo Paulo Bulhões, que haja “momentos de leitura na própria sala, mas também que as crianças continuem a levar os livros para lerem em casa”.

Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves