Em Vila Nova de Cerveira, o provedor Rui Alberto da Cruz adiantou ao VM que não foi possível as crianças espanholas frequentarem a creche nesse período, apesar dos contactos encetados junto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Não sendo possível obter autorizações especiais, as crianças regressaram apenas a partir de 1 de julho, com a reabertura oficial das fronteiras.
À data, estavam inscritas no infantário de Vila Nova de Cerveira 14 crianças que, segundo o provedor, “se entendem bem, numa troca de experiências que enriquece os mais novos”. O equipamento, onde funcionam as respostas sociais de creche e pré-escolar, está localizado numa das margens do Rio Minho, distando poucos metros de território espanhol.
Do outro lado da fronteira, a oferta de creches e jardins de infância ainda é reduzida e as famílias optam por atravessar o rio atraídas pela “qualidade dos serviços”, sobretudo nos primeiros anos de vida das crianças.
O mesmo acontece em Monção, onde a diretora técnica do centro infantil constata a preferência das famílias pelos horários alargados (07h30-20h00) e serviços prestados. “Há uma rotina pedagógica e lúdica. Lá apenas brincam e aqui trabalham outras competências”. Nesta interação entre crianças e equipa educativa, Adriana Pereira revela que a “língua não é um entrave na comunicação entre todos. As educadoras falam português e eles percebem”.
No início de julho, as quatro crianças espanholas inscritas no centro infantil da Misericórdia de Monção ainda não tinham regressado por opção dos pais, devido à retaguarda familiar disponível e conjuntura vivida então. Por outro lado, os dois colegas portugueses, que residem em Salvaterra, território espanhol, conseguiram regressar a partir de 1 de junho.
Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas