Este edifício, que albergou o centro de acolhimento temporário (CAT) durante vários anos e serviu de centro de quarentena durante a pandemia de Covid-19, foi alvo de uma intervenção profunda, resultando em instalações modernas para acolher a nova creche.
Com capacidade para receber 16 bebés de berçário, 38 crianças de um ano e 24 crianças de dois anos, as seis salas da nova creche “vieram complementar a resposta social na infância”, afirmou o provedor da Misericórdia de Gaia, Manuel Moreira.
O provedor aproveitou a presença da ministra para falar da necessidade do acordo de cooperação para estas 78 crianças que representam “custos muito elevados com mais de 14 colaboradores nesta nova valência. Precisamos também de educadoras de infância e auxiliares da ação educativa”.
Maria do Rosário Palma Ramalho disse aquilo que todos queriam ouvir: “Vamos rapidamente olhar para esse protocolo de cooperação”, acrescentando que o governo tem como prioridade “cuidar de todas as faixas etárias”.
Manuel Moreira disse ainda que “a Misericórdia é a maior instituição de solidariedade social de Vila Nova de Gaia”, com mais de 700 utentes, desde a infância à terceira idade, “numa luta permanente pela sustentabilidade”.
O provedor aplaudiu o facto deste governo estar “a criar uma lei das finanças” para o setor social. “Se conseguirem, será notável e marcante para o presente e para o futuro das IPSS em geral e das Misericórdias em particular. Será histórico, se tivermos essa lei”, considerou.
Maria do Rosário Palma confirmou que “o governo está a trabalhar numa lei de financiamento do setor social, que nos parece muito importante do ponto de vista da previsibilidade e da sustentabilidade, com critérios objetivos de financiamento com participação nas várias respostas sociais”.
A governante sublinhou tratar-se de “uma lei complexa”, que resulta de um trabalho exaustivo com os municípios e com as entidades representativas do setor social para determinar o valor de cada resposta e “atualizar a comparticipação do Estado”, revelou.
“Enquanto preparamos esta lei, que espero esteja pronta ainda este ano, já estamos a negociar com as confederações do setor social o protocolo de cooperação para 2025-2026. É importante que essa negociação comece já, porque as instituições têm, desde janeiro, maiores encargos salariais e este governo não vai esperar por junho ou julho para fazer essa negociação”, assegurou. O provedor da Misericórdia gaiense considerou que o trabalho que o governo está a desenvolver com o setor social “é fundamental para que os profissionais e colaboradores das IPSS possam ser remunerados justamente”.
Manuel Moreira salientou também existir, hoje, “um perfil diferente de utentes”, nomeadamente com demências, “que aumentaram exponencialmente, mas nem sempre há colaboradores capacitados para responder a essas novas patologias. Por isso, é necessário investir- -se na formação para que os nossos utentes continuem a ser tratados com dignidade e com qualidade de vida nas nossas instituições”.
A vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Marina Mendes, também responsável pela pasta do setor social no município, disse sentir “uma enorme alegria por ver a Misericórdia a investir na educação para as crianças que são o futuro da nossa comunidade”.
A autarca prosseguiu dizendo que a nova creche representa mais do que um espaço físico: “É o símbolo de um compromisso com o bem-estar, o desenvolvimento e a educação das nossas crianças, que terão a oportunidade de aprender, brincar e crescer num ambiente seguro e acolhedor”.
Por último, Marina Mendes lembrou que Vila Nova de Gaia “tem um dos maiores pacotes”, a nível nacional, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com oito projetos aprovados, cinco do próprio município e três de outras instituições parceiras da rede social.
Voz das Misericórdias, Paulo Sérgio