As crianças são o futuro e foi a pensar nelas que a Santa Casa da Misericórdia de Ourique, no distrito de Beja, avançou com a requalificação do edifício que acolhe creche e pré-escolar. A obra foi formalmente inaugurada na quente manhã de 19 de junho e permite melhores condições a quem ali trabalha e mais qualidade no serviço prestado às 88 crianças até aos seis anos que frequentam diariamente o espaço.
“A nossa principal preocupação foi e é, em primeiro lugar, ajudar os que mais precisam. De cuidar com dignidade dos mais idosos e de construir um melhor futuro para as gerações vindouras. Por isso, hoje é um dia de alegria e um dia de festa. Realizámos um sonho”, sublinhou com emoção José Raúl dos Santos, provedor, no momento da inauguração, onde marcaram presença diversas entidades, nomeadamente Inês Dentinho (do conselho de gestão do Fundo Rainha D. Leonor), Aurelino Ramalho (em representação da União das Misericórdias Portuguesas), Sérgio Fernandes (diretor do Centro Distrital de Beja da Segurança Social), Marcelo Guerreiro (presidente da Câmara Municipal) e Pedro do Carmo (presidente da Assembleia Municipal e deputado).
A requalificação do edifício de apoio à infância da Misericórdia de Ourique, que tem 35 anos e fica paredes meias com o lar de terceira idade da instituição, custou cerca de 427 mil euros e foi apoiada pelo Fundo Rainha D. Leonor em pouco mais de 180 mil euros, no âmbito do contrato de financiamento celebrado em 2016.
“Sem a ajuda do Fundo Rainha D. Leonor dificilmente teríamos capacidade, por nós próprios, de fazer as obras de requalificação neste belíssimo espaço”, garante o provedor da Misericórdia de Ourique, lembrando que a intervenção chegou a parecer “um sonho”. “Um sonho porque o dinheiro não chega para tudo. Também aqui é necessário fazer uma ginástica financeira”, diz, enaltecendo o “bom exemplo” dado pelo Fundo ao apoiar a intervenção.
Para Inês Dentinho, do conselho de gestão do Fundo Rainha D. Leonor, a obra concretizada pela Misericórdia de Ourique superou todas as expectativas. “Gostei imenso do que vi”, afirma esta responsável, elogiando a capacidade das Misericórdias e dos seus provedores de “com um pequeno apoio” conseguirem fazer sempre “algo maior”. “Nunca abrem um equipamento sem que a gente se surpreenda”, diz.
Na opinião de Inês Dentinho, a obra da Santa Casa de Ourique no edifício da creche e pré-escolar é valorizada pela sua “dimensão de intergeracionalidade” e “dá uma grande força ao interior do país”. “Sabemos que muitos casais só se instalam nestas terras se houver uma oferta de qualidade para os seus filhos. E por isso é para nós muitíssimo importante apoiar obras que promovam o repovoamento do território e que apostem nestas terras mais interiores”, observa a gestora.
“É uma obra importante para Ourique por parte de uma instituição importante para o nosso concelho e que desenvolve um importante trabalho na área social. A requalificação desta creche e a criação de melhores condições para o trabalho com as crianças deixa-nos extraordinariamente satisfeitos”, sublinha por seu lado o presidente da Câmara Municipal local.
Para Marcelo Guerreiro, “as crianças e os jovens são o futuro” e o trabalho em prol da criação de melhores condições para o seu desenvolvimento tem sido uma prioridade no concelho. “Uma das nossas grandes preocupações é criar condições que permitam às famílias fixarem-se em Ourique e terem melhores condições de vida. Por isso queremos continuar a trabalhar enquanto município e enquanto entidade parceira das várias instituições sociais do concelho. É um contributo que todos damos a Ourique, à nossa comunidade e à nossa região”, afirma a autarca.
O requalificado edifício da creche e pré-escolar da Misericórdia de Ourique acabou por receber o nome do ouriquense Carlos Manuel Castro e Nunes, benemérito que faleceu em fevereiro de 2017 e deixou todos os seus bens à instituição. “Pelo seu ato de altruísmo, a irmandade da Misericórdia de Ourique decidiu, em assembleia geral, atribuir o seu nome a este equipamento”, justifica o provedor José Raul dos Santos.
Voz das Misericórdias, Carlos Pinto