Abriu portas o primeiro colégio da Misericórdia de Vila Verde. No arranque do novo ano letivo (2018/2019), a instituição deu as boas-vindas a três turmas de primeiro ciclo do ensino básico (duas de 1º ano e uma do 2º ano), cumprindo o objetivo de dar continuidade ao seu projeto educativo. Localizado no centro da vila, o Colégio Dom João de Aboim tem capacidade para 200 crianças e resulta de um investimento de cerca de um milhão e 500 mil euros.
Batizado com o nome da primeira escola de primeiro ciclo da cidade, que funcionou na década de 1980 no antigo hospital, o colégio está preparado para receber alunos de Vila Verde e concelhos vizinhos, estando previsto atingir a lotação completa no próximo ano letivo.
Ao VM, o provedor Bento Morais revelou tratar-se de uma “obra desejada por muitas famílias de Vila Verde e arredores. Os pais das crianças do infantário vinham transmitindo o desejo de manter os seus educandos na instituição, após o pré-escolar. E cada vez mais foram intensificando o pedido, que passou de verbal a um abaixo-assinado de cerca de 60 famílias”.
Depois de “anos de luta e empenho”, a tentar ultrapassar obstáculos de ordem financeira, burocrática e dificuldades na obtenção de licenças, a Misericórdia de Vila Verde alarga a sua intervenção na área da infância, abrangendo um leque de 450 crianças, distribuídas entre a creche, pré-escolar e primeiro ciclo.
Obtidas as licenças e autorizações necessárias, a instituição muniu-se de uma equipa de profissionais qualificada, constituída por professores de diferentes áreas (música, artes visuais, inglês) e técnicos especializados em psicologia, nutrição, ensino especial, apoio médico e enfermagem. A nível de infraestruturas, o estabelecimento de ensino está equipado com ecrãs interativos de apoio à aprendizagem e salas com acesso a crianças de mobilidade reduzida.
Rigor, profissionalismo e afeto são alguns dos princípios que vão nortear o projeto educativo do Colégio D. João de Aboim. De acordo com o provedor Bento Morais, o projeto pedagógico está assente numa “cultura educativa humanista, cristã, inovadora, cívica, socialmente integrada e integradora. São estes os principais aspetos que pretendemos incutir e transmitir aos nossos alunos”. Não fosse esta uma das obras de misericórdia espirituais: “ensinar os ignorantes”.
Fundada em 1944, a Santa Casa vila-verdense torna-se desta forma na “terceira Misericórdia do país a possuir valência de ensino básico no seu já infindável leque de departamentos de apoio à saúde, educação, social e deficiência”. A intervenção alargada junto da comunidade, em vários pontos do concelho, inclui ainda lares de idosos, centros de dia, creche e jardim-de-infância, lar residencial e centro de atividades ocupacionais, farmácia, hospital, formação profissional, empresas de inserção social e unidade de cuidados intensivos.
Na sequência de uma aposta da renovação dos equipamentos e ampliação da área de intervenção, a Misericórdia de Vila Verde investiu igualmente na requalificação do lar de idosos no decorrer de 2018. Por tudo isto, a instituição destacou, em comunicado, tratar-se de um “ano marcante para a Santa Casa de Vila Verde e acima de tudo para o concelho”.
A inauguração foi a 27 de setembro e contou com o secretário de Estado da Educação, do presidente da autarquia, entre outros.
Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas