O ex-secretário de Estado da Saúde, que participou na sessão por videoconferência, alertou para a questão dos problemas económicos, que acarretam problemas de equidade nos cuidados de saúde, “acrescendo o isolamento e as fracas condições habitacionais dos idosos”.
“É preciso haver uma visão diferente da saúde. É necessário um investimento e uma adaptação do acompanhamento que é feito aos idosos”, disse Fernando Araújo, sugerindo a criação de mais áreas dedicadas à geriatria nos hospitais, que permitissem, por exemplo, mais espaço para a colocação de macas ou para o acompanhamento dos idosos na ingestão de líquidos.
Fernando Araújo, a terminar a intervenção, confessou o desejo de criar uma ala geriátrica no Hospital de São João. No entanto, enquanto não for possível criar este espaço, o responsável deixou o alerta: “é urgente aprofundar os cuidados de proximidade para evitar que os doentes se desloquem ao hospital, porque acaba por agravar patologias e a própria saúde mental dos idosos”.
A fechar o painel, a palavra seguiu para o presidente da UMP. “Fizemos chegar este documento [o estudo que serviu de mote para o ciclo de conferências] ao Presidente da República. Ele folheou-o e disse que quando se fundou o SNS, há 42 anos, não havia tantos idosos em Portugal, por isso é urgente encontrar soluções atuais”, contou.
Em forma de ponte para a temática que se seguiu na sessão, Manuel de Lemos, relembrou a necessidade de adequação de novas estratégias, “de uma forma serena e inteligente”. “O olhar dos autarcas e do poder local é fundamental”.
Voz das Misericórdias, Daniela Parente