A Santa Casa da Misericórdia de Belmonte organizou, no passado mês de fevereiro, o primeiro Torneio de Dominó do ano de 2019. Esta atividade realiza-se várias vezes ao longo do ano e conta com a participação de utentes da estrutura residencial para idosos (ERPI) e do serviço de apoio domiciliário (SAD).
O loto, a bisca e o dominó. São estes os jogos que os utentes da Misericórdia de Belmonte jogam diversas vezes. O objetivo é “estimular o raciocínio, a atenção e a motricidade fina”, disse Andrea Matias, animadora sociocultural da instituição. No entanto, “é do dominó que eles mais gostam e, portanto, os torneios são sempre deste jogo”.
No primeiro torneio de 2019 apresentaram-se a competição 16 utentes. Mulheres e homens, com mais ou menos dificuldades, aqui “ninguém é proibido de jogar independentemente das limitações que possa ter. Quem quer participa”, disse a animadora sociocultural.
É o caso de Luís Pina, que sem saber ler, nem escrever foi aprendendo a jogar dominó e com isso aprendeu também a contar. “Nós ensinámo-lo a contar as bolinhas e a como colocar as peças e agora já se desenrasca sozinho. Às vezes ainda precisa de uma ajudinha, mas já joga sozinho”, contou Andrea Matias.
A técnica explicou ao VM como é feito o torneio. “Ao longo da manhã acontecem as eliminatórias, numa lógica de ‘bota-fora’, ou seja, quem perde sai e entra outro, até se chegar aos finalistas que vão jogar pelo primeiro e segundo lugar. As finais são feitas da parte da tarde. Os que vão ficando de fora do jogo ficam a assistir e apoiar os que ainda estão em jogo”.
Há cerca de quatro anos que a Misericórdia de Belmonte organiza este torneio, sempre interno, pois nunca têm adversários de fora. “Já fizemos o convite a outras instituições do concelho, mas nunca aceitaram. Então fazemos apenas com os nossos utentes, até porque eles pedem-nos muito para fazer torneios”, concluiu Andrea Matias.
O primeiro lugar do torneio foi vencido por Natália Cruz, utente do SAD, e o segundo foi para António Pombo, da ERPI. Mas o que realmente importa nesta atividade é, segundo a técnica, “os momentos de convívio, de interação entre todos”.
Recorde-se que a Santa Casa da Misericórdia de Belmonte foi criada em 1931 e atualmente acompanha diariamente quase 400 pessoas, contando para o efeito com 105 trabalhadores.
Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves