Foi um sonho que demorou três anos a concretizar e que passou por diversas vicissitudes, incluindo a falta de financiamento. Mas ultrapassadas todas essas questões, a Santa Casa da Misericórdia de Campo Maior viu cumprido o seu propósito de melhorar a qualidade dos seus serviços e aumentar a capacidade de acolhimento aos seus “maiores”, como são carinhosamente referidos os idosos na vila, com uma obra que enche de orgulho a instituição e que reforça a sua missão social.

A inauguração oficial da obra de ampliação da Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) - Lar Santa Beatriz decorreu no dia 16 de dezembro e o momento foi de festa, com a presença da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho, do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Campo Maior, Luís Machado, do presidente da Câmara Municipal de Campo Maior, Luís Rosinha, do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, António Ceia da Silva, da diretora do Centro Regional da Segurança Social de Portalegre, Sandra Cardoso, entre outros representantes de várias entidades militares, civis e religiosas.

A ampliação do Lar Santa Beatriz foi uma obra que veio reforçar a capacidade de resposta desta Misericórdia, melhorando as condições de conforto e bem-estar dos seus utentes, dando, desta forma, uma resposta eficaz à crescente solicitação de vagas.

O aumento do número de vagas em mais 10 utentes, passando agora a ter capacidade para acolher 65 utentes, foi conseguido através da reorganização do espaço existente, da construção de novas áreas e da ampliação de outras. Simultaneamente, foram melhorados os espaços existentes, ao nível da acessibilidade, segurança e conforto. Ainda durante esta intervenção, foram resolvidas deficiências de infraestrutura que condicionavam a qualidade dos serviços.

Na sessão solene da inauguração, o provedor Luís Machado recordou o processo difícil que antecedeu este investimento, destacando o apoio do município na sua concretização e congratulando-se pela melhoria das condições e da qualidade do serviço que a instituição presta aos seus utentes.
O responsável manifestou ainda sua preocupação relativamente ao desempenho da missão da Santa Casa, constatando que estas instituições de solidariedade social vivem um drama diário em termos de sustentabilidade e sublinhando que “o que nós mais queremos é prestar um serviço digno aos nossos utentes e remunerar adequadamente os nossos funcionários pelo desempenho das suas funções”, apelou.

Na sua intervenção, o presidente da Câmara de Campo Maior, Luís Rosinha, recordou que “a excelente relação institucional entre o município e a Santa Casa da Misericórdia, baseada numa confiança mútua de muitos anos, permitiu que este projeto fosse uma realidade e que pudéssemos hoje celebrar este momento de inauguração”.

Luís Rosinha revelou ainda que o município está neste momento, e “dada a urgência e a pressa daquilo que é o aviso do Plano de Recuperação e Resiliência para as unidades de cuidados continuados”, a trabalhar conjuntamente com a Santa Casa da Misericórdia na preparação daquilo que poderá vir a ser o aviso para criação de uma unidade de cuidados continuados no concelho, uma valência há muito ambicionada pelos campomaiorenses. “Não queremos parar por aqui, por mais 10 utentes, queremos atingir mais 46 camas de continuados no nosso concelho e, claro, continuar este regime de parceria que nos caracteriza, tanto a nós como à Santa Casa da Misericórdia”, frisou, revelando ainda que a obra está pensada para o edifício do antigo ciclo preparatório e que o investimento rondará os três milhões de euros.

A ministra Maria do Rosário Ramalho felicitou a instituição pela concretização deste investimento, elogiando a capacidade que a Santa Casa tem tido para “se renovar e adaptar a novos desafios”, dando como exemplo os vários projetos e áreas de intervenção em que atua. “Há aqui uma diversidade de atuações que é notável”, constatou a governante.

Lembrando algumas das medidas já aplicadas setor social pelo atual governo, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social abordou ainda a questão do estudo de avaliação que está a ser desenvolvido sobre a Taxa Social Única (TSU), frisando que o mesmo é “complexo”, mas reforçando que “esta componente há muito tempo que não é revista, julgo que há 13 anos” e que “deve ser revista com maior periodicidade”, defendeu Maria do Rosário Ramalho.

A obra de ampliação da ERPI de Campo Maior implicou um investimento de mais de 1,8 milhões de euros, cofinanciada pelo Programa Operacional Regional do Alentejo (ALENTEJO 2020), através do FEDER, cabendo ao município de Campo Maior assumir a contrapartida pública nacional no valor de mais 270 mil euros.

A Santa Casa da Misericórdia de Campo Maior integra cinco valências - ERPI, centro de dia, apoio domiciliário, centro comunitário e jardim infância, com as quais presta serviços à terceira idade e crianças, abrangendo cerca de 280 utentes, e conta com 116 funcionários afetos aos vários serviços.

Voz das Misericórdias, Patrícia Leitão