Foi há pouco mais de um mês que as utentes do lar da Santa Casa de Castelo de Vide foram desafiadas a retomar a arte de fazer tricô. As mãos trémulas e as agulhas enferrujadas obrigaram a uma pequena formação para relembrar os pontos com que se tece e remata uma peça feita em lã.
Ao VM, Rui Maniés, animador sociocultural da Misericórdia, contou que o desafio de ter na instituição um grupo para tricotar peças em lã para bebés prematuros “foi lançado por uma artesã da zona e imediatamente aceite por todos”.
Assim, as oito idosas que compõem o grupo de tricô lançaram “mãos às agulhas e lãs” e agora é vê-las “a competir entre si para verem quem termina primeiro o trabalho que tem em mãos”, disse entre risos o animador sociocultural. “Elas estão tão entusiasmadas que terminam logo as lãs e estão sempre a perguntar quando chegam mais”, acrescentou Rui Maniés.
Esta atividade desenrola-se nos tempos livres das idosas e é vista pelo animador sociocultural como “saudável” pois ajuda a “estimular a mente e a motricidade fina das utentes que têm entre 80 e 94 anos”.
Também Nuno Vaqueiro, vice-provedor da Misericórdia, vê com bons olhos esta iniciativa. “É uma atividade que mantém as nossas utentes ocupadas e a sentirem-se úteis e depois tem um fundo de cariz social que vai de encontro à obra de misericórdia que nos manda vestir os nus e aos próprios princípios desta Santa Casa”.
Para já esta é uma atividade experimental, mas que Rui Maniés acredita ser “para dar continuidade, até porque não tem custos para a instituição, as lãs são-nos oferecidas e as idosas adoram isto porque se sentem úteis e sabem que é para uma boa causa, para ajudar a comunidade. Por isso só temos a ganhar”, concluiu.
A primeira entrega de peças aconteceu em finais de janeiro, e segundo o animador, as utentes não podiam estar mais orgulhosas do trabalho que têm vindo a desenvolver.
Voz as Misericórdias, Sara Pires Alves