Um grupo de idosas da Misericórdia de Castelo de Vide está a tricotar gorros e botinhas de lã para serem doados a instituições que apoiam bebés prematuros. As utentes já produziram mais de 30 peças.

Foi há pouco mais de um mês que as utentes do lar da Santa Casa de Castelo de Vide foram desafiadas a retomar a arte de fazer tricô.  As mãos trémulas e as agulhas enferrujadas obrigaram a uma pequena formação para relembrar os pontos com que se tece e remata uma peça feita em lã.

Ao VM, Rui Maniés, animador sociocultural da Misericórdia, contou que o desafio de ter na instituição um grupo para tricotar peças em lã para bebés prematuros “foi lançado por uma artesã da zona e imediatamente aceite por todos”.

Assim, as oito idosas que compõem o grupo de tricô lançaram “mãos às agulhas e lãs” e agora é vê-las “a competir entre si para verem quem termina primeiro o trabalho que tem em mãos”, disse entre risos o animador sociocultural. “Elas estão tão entusiasmadas que terminam logo as lãs e estão sempre a perguntar quando chegam mais”, acrescentou Rui Maniés.

Esta atividade desenrola-se nos tempos livres das idosas e é vista pelo animador sociocultural como “saudável” pois ajuda a “estimular a mente e a motricidade fina das utentes que têm entre 80 e 94 anos”.

Também Nuno Vaqueiro, vice-provedor da Misericórdia, vê com bons olhos esta iniciativa. “É uma atividade que mantém as nossas utentes ocupadas e a sentirem-se úteis e depois tem um fundo de cariz social que vai de encontro à obra de misericórdia que nos manda vestir os nus e aos próprios princípios desta Santa Casa”.

Para já esta é uma atividade experimental, mas que Rui Maniés acredita ser “para dar continuidade, até porque não tem custos para a instituição, as lãs são-nos oferecidas e as idosas adoram isto porque se sentem úteis e sabem que é para uma boa causa, para ajudar a comunidade. Por isso só temos a ganhar”, concluiu.

A primeira entrega de peças aconteceu em finais de janeiro, e segundo o animador, as utentes não podiam estar mais orgulhosas do trabalho que têm vindo a desenvolver.

Voz as Misericórdias, Sara Pires Alves