Os utentes da Misericórdia de Vila Nova de Cerveira visitaram, no início do mês de maio, a exposição “Jaime Isidoro: divulgador, colecionador e artista” que está a ser promovida pela Fundação Bienal de Cerveira. Depois da visita guiada, reproduziram em azulejo uma das pinturas patente na exposição.
Durante mais de duas horas um grupo de 10 idosos apreciou mais de 200 obras de arte que pertencem à coleção privada de Jaime Isidoro, considerado o pai da Bienal de Cerveira. Vieira da Silva, Amadeo de Souza-Cardoso, Almada Negreiros ou Pablo Picasso são apenas alguns nomes de artistas representados nesta mostra que pode ser vista no Fórum Cultural de Cerveira.
“Soubemos que estava patente ao público esta exposição e decidimos agendar uma visita. A guia que nos acompanhou explicou tudo, mostrou-nos os quadros um por um, foi impecável”, contou ao VM a animadora sociocultural do Lar Maria Luísa, Andreia Viana.
No final da visita os utentes foram convidados a pintar um azulejo. “Ofereceram um azulejo a cada um e eles tiveram de reproduzir um dos quadros que estava na exposição que representava o terreiro aqui da zona, de Cerveira de antigamente”, disse a animadora.
Os azulejos pintados foram depois entregues pela Bienal ao lar de idosos. Agora o grupo está a fazer um painel para colocar numa parede da instituição.
Para a Andreia Viana, este tipo de atividades é muito importante pois estimula os idosos física e psicologicamente. “São pequenas coisas, mas que lhes alegram o dia”, refere, numa alusão à vida difícil que estes idosos tiveram. “A vida deles era o campo, sabiam que existiam as exposições, mas nunca usufruíram delas, viviam para o trabalho”.
A animadora sociocultural assegura que “os idosos gostaram muito desta atividade”, entre outros motivos porque “identificaram nas pinturas muitos locais que conheciam o que os fez voltar aos seus antepassados”.
O grupo de utentes têm já marcada uma nova visita à Bienal, desta vez para verem algumas obras de artista Joana Vasconcelos que, segundo Andreia Viana, os idosos identificam facilmente “por ouvirem falar dela na televisão”. Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves