“Temos de construir soluções para nós, não para os outros”, afirmou Carla Tavares, a primeira autarca a intervir nesse painel. Considerando que ainda é necessário investimento em novas respostas e equipamentos, a presidente da CM da Amadora destacou que nada poderá ser realizado sem “ouvir quem está no terreno”.
“As respostas cristalizaram no tempo” e a “prisão das pessoas em casa é uma preocupação permanente”, especialmente na Amadora, onde a maior parte do parque urbano não tem condições de mobilidade para uma população onde cerca de 30% das pessoas tem mais de 55 anos. Neste sentido, a autarca apelou a melhorias no SAD e maior articulação entre ministérios para que as pessoas possam ficar mais tempo nas suas casas. “A cidade somos todos nós e constroem-se com todos”, disse Carla Tavares, numa alusão ao trabalho desenvolvido com a Santa Casa local, cujo papel “é muito importante”, e com o tecido empresarial.
Carlos Carreiras tem posicionamento semelhante. “A abordagem não pode ser direcionada apenas a uma determinada franja da população, temos de ter políticas abrangentes”, disse o autarca de Cascais, apelando a uma “estratégia global e envolvente”: “temos de combater tudo aquilo que nos empurra para lá da fronteira da inclusão”.
Considerando que o envelhecimento pode ser integrado num “conjunto de problemas estruturais que o Estado – central e local – não tem sido capaz de resolver”, o presidente da CM de Cascais referiu que algumas respostas apenas podem ser desenvolvidas ao nível local. Entre outros exemplos, o trabalho vocacionado para reforçar o sentido de comunidade através de políticas de vizinhança, que “não é possível trabalhar pelas políticas centrais”.
Voz das Misericórdias, Bethania Pagin