O contributo da academia é decisivo para o sucesso de qualquer nova política relacionada com o envelhecimento. A ideia foi deixada pelo vice-presidente da UMP, Manuel Caldas da Almeida, durante o painel que contou com a participação de Helena Canhão, professora da Nova Medical School, Judite Gonçalves, investigadora da Nova SBE, e Helena Bárrios, do curso de medicina da Universidade Católica Portuguesa.

“Dar mais anos bons aos últimos anos das nossas vidas.” Para Helena Canhão, professora da Nova Medical School, o problema dos países do sul da Europa continua a ser qualidade de vida nos últimos anos. Diversos fatores têm contribuído para que “vivamos mais”, mas as pessoas estão cada vez mais exigentes em relação à maneira como vão viver os últimos anos de vida. Por isso, “a saúde física e a saúde cognitiva não se podem separar”, especialmente num quadro pandémico que fez disparar as taxas de ansiedade e depressão. Para apoiar a intervenção junto dos idosos, Helena Canhão deixou um repto: desenvolvimento de projetos-piloto em parceria pelo poder local, setor social e empresas.

Esta ideia foi reforçada por Judite Gonçalves, investigadora da Nova SBE, para quem esses projetos devem ser planeados em função dos indicadores necessários para tomada de decisão. Sendo importante “aferir necessidades e expetativas para termos cuidados centrados nas pessoas”, importa também medir custos e benefícios em função da qualidade de vida e “a academia pode ajudar nesse trabalho”.

No fim, Helena Bárrios, do curso de medicina da Universidade Católica Portuguesa, defendeu a necessidade de “identificar trajetórias diferentes para tipificar respostas”. Destacando que a medicina teve dificuldades de adaptação face à rapidez das alterações demográficas, Helena Bárrios referiu que formar médicos para um trabalho mais integrado, capaz de prever quadros clínicos em função da trajetória de cada pessoa, permite prevenir atos clínicos desadequados, maximizando a saúde e poupando recursos.

Voz das Misericórdias, Bethania Pagin