Ao longo da sua intervenção, que decorreu por videoconferência, o ex-ministro do Planeamento e das Infraestruturas afirmou que, apesar dos esforços que tornaram possível duplicar a rede de apoio aos idosos em Portugal, as respostas definidas não acompanharam as necessidades das pessoas. Em jeito de exemplo, os centros de dia que se transformaram em “antecâmaras de lar”, realidade que deve ser contornada segundo Pedro Marques.
Para o eurodeputado que também foi secretário de Estado da Segurança Social, a reflexão sobre o envelhecimento deve contemplar a prevenção do isolamento e da dependência contexto da família, cujo papel deve ser repensado, e também através do trabalho. A transição entre a terceira e quarta idade deve igualmente ser acautelada e para o efeito poderão ser consideradas as respostas destinadas à manutenção de vida autónoma.
Manifestando a intenção de contribuir com as suas reflexões para o trabalho apresentado pela UMP, Pedro Marques referiu que o modelo de financiamento deve ser aprofundado. “Há repostas que temos de dar como sociedade. Qual o modelo, qual a eficiência, que recursos temos de alocar para caminhar para este modelo novo que é proposto?”, indagou, deixando sugestões: projetos-piloto em parceria com as autarquias, em contextos rurais e urbanos, com integração de respostas sociais e de saúde e diferenciação em função das diferentes fases da vida. “Fizemos um esforço muito grande para alargar a rede de apoio aos idosos, podemos continuar esse esforço se o sustentarmos em análise de partida e estudos de caso daquilo que pode ser uma resposta mais adequada aos idosos”, concluiu.
Voz das Misericórdias, Bethania Pagin