A Santa Casa da Misericórdia de Grândola tem vindo, desde 2016, a promover o grupo Tropeçar no Tricot. O projeto visa apoiar causas socias e valorizar as cerca de 14 utentes da instituição que nele participam.
Têm entre 69 e 94 anos e, ao longo dos últimos anos, já tricotaram e costuraram roupa para bebés e crianças de famílias carenciadas do concelho e também gorros e sapatinhos para a Maternidade Alfredo da Costa, no âmbito de um projeto em parceria com a Associação XXS, que apoia bebés prematuros. Os últimos meses passaram-nos a costurar almofadas em forma de coração para oferecer à Missão Coragem Associação, núcleo de Grândola, que apoia mulheres com cancro de mama.
Ao VM a animadora sociocultural da instituição, Sara Carvalho, disse que este projeto visa “promover o envelhecimento ativo, estimular a motricidade fina e apoiar grandes causas sociais e fazer com que elas [as utentes] se sintam úteis e valorizadas”.
Para isso, conta a técnica, o grupo escolhe, anualmente, um “projeto de cariz social para apoiar, depois damos nome ao nosso projeto e começamos a tricotar, no final vamos entregar as peças em mãos”.
Sem dia fixo para trabalharem, o grupo vai reunindo conforme vai sendo possível e necessário. “Quando o trabalho é mais autónomo, tricotar, elas trabalham sozinhas, depois juntamo-nos para fazer o ponto de situação, quando é mais complexo, como a costura, juntamo-nos mais vezes. Foi o que aconteceu este ano, tínhamos de obedecer a muitas regras”, conta Sara Carvalho, salientando que para isso contaram “com o apoio da psicóloga e da costureira da instituição”.
Depois de meses a trabalhar, chega a tão aguardada entrega das peças e a emoção toma conta do grupo de tricot. “É dos momentos mais importantes. Todo o caminho até chegar à entrega é importante e gratificante, mas a parte que encerra este ciclo é extremamente importante para elas, porque vão conhecer as associações com quem trabalhamos, entregar as peças e percebem que o que fizeram vai ter utilidade. Elas adoram”, referiu.
As encomendas deste ano já foram entregues, mas o grupo está já a pensar em 2020. “Estamos a ponderar fazer gorros para mulheres com cancro para levarmos ao IPO, mas ainda temos de desenvolver a ideia”, conclui Sara Carvalho.
Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves