O ponto de partida para a realização desta exposição veio da vontade de prestar uma homenagem ao repórter fotográfico Manuel Nicolau, como nos conta a coordenadora administrativa desta instituição, Eulália Remesso. “Tínhamos terminado uma obra de remodelação do centro de dia e no âmbito da inauguração da mesma, decidimos fazer uma exposição nesse dia, uma vez que era também o 75º aniversário do Sr. Nicolau.”
A exposição, “digna de um museu”, conta com 16 retratos de pessoas com “profissões sofridas”. As fotografias retratam caras de pessoas com profissões em vias de extinção, não só ao nível da região, mas de todo o país: bordadeiras, amoladores, pescadores, agricultores – como diz Manuel Nicolau, “profissões sofridas”.
O fotógrafo, natural de Machico e há um ano utente desta Santa Casa, veio para a instituição “com alguma relutância”. Neste sentido, Eulália Remesso acredita que o trabalho das Misericórdias deve focar-se na integração ativa dos utentes, dando-lhes um “projeto de continuidade de vida".
Compreender e contar a história de Manuel Nicolau, bem como o seu percurso profissional, “de grande relevo no contexto da comunicação na região”, é uma forma de integração. Assim, com esta exposição tentou-se “ir ao encontro das suas motivações e dar-lhe um projeto de vida para que se sinta cada vez mais integrado e valorizado”.
Iniciativas como estas têm até um “impacto na comunidade”, sustento para isto está o facto de as “pessoas terem aderido em força”. A curiosidade em descobrir o trabalho deste “notável” fotojornalista, aliada a uma grande campanha de divulgação para promover o evento, resultou numa grande afluência de pessoas à Misericórdia de Machico. É também por estas razões que sê prevê a realização de outras exposições. “Estamos em velocidade cruzeiro”, remata a coordenadora.
Voz das Misericórdias, Teresa Clode de Sousa