A Misericórdia de Mangualde inaugurou no dia 18 de maio uma nova residência sénior com capacidade para 20 pessoas

A Santa Casa da Misericórdia de Mangualde inaugurou uma nova resposta de apoio à terceira idade. A Residência Sénior Nossa Senhora do Castelo dispõe de 20 camas, já todas ocupadas, e surge no âmbito de uma “decisão recente”, tendo em conta as necessidades que a Santa Casa sentiu para “dar resposta à população idosa”, que é uma vertente “importantíssima” da instituição, assumiu o provedor. A inauguração foi a 18 de maio e contou com a presença da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e do presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel de Lemos.

“Esta residência sénior é uma estrutura moderna e muito acolhedora, não podia ser de outra maneira, e aparece no âmbito de um processo de investimentos como mais uma alternativa e mais uma resposta à nossa comunidade que é fundamental nos dias de hoje”, defendeu José Tomás.

Assim, explicou o provedor ao VM, esta obra nasceu de um plano de investimentos e de crescimento da Misericórdia de Mangualde, tendo em vista dois aspetos fundamentais.

Em primeiro lugar, “o aumento da capacidade e da qualidade das estruturas para dar uma resposta mais adequada à população idosa e às suas necessidades, que é importantíssimo”, defendeu.

Depois, “a questão da sustentabilidade financeira”. Para isso, tem de se fazer um “crescimento que permita também, com mais facilidade, gerar uma coisa muito importante nas instituições de solidariedade social: estabilidade financeira”.

Por isso, a nova unidade, que custou cerca de 600 mil euros, não tem serviços de apoio nas suas instalações. As necessidades são asseguradas, por exemplo, por cozinha e lavandaria de outras unidades. Segundo o provedor, esta prática permite “diminuir os custos e rentabilizar o investimento”.

José Tomás adiantou ainda que, desta forma, há também “mais espaço para fazer mais quartos”, ou seja, “podem ser apoiadas mais pessoas”, o que também para contribui para a sustentabilidade financeira.

Por enquanto, disse o provedor, “a procura ainda é maior do que a oferta”, embora a pandemia tenha provocado algumas alterações nas famílias e instituições, quer pelo esvaziamento nas unidades, “por causa de surtos e consequentes óbitos”, quer pelo “retardamento natural das famílias em institucionalizar os idosos”.

“Isto levou a que, aparentemente e em alguns casos, houvesse um equilíbrio entre a oferta e a procura. Penso que será pela conjuntura que vivemos e não corresponderá às necessidades reais do território, ou seja, há margem para termos estas respostas, principalmente quando elas estão aglutinadas em complexos maiores em que é possível concentrar serviços e rentabilizá-los”, como é o caso desta nova residência sénior.

Segundo o provedor, o novo equipamento preenche os requisitos necessários para prestar um melhor apoio às comunidades e dar sustentabilidade à instituição. “Quando se fala em aumento de capacidade, temos de pensar muito bem nestas casas e perceber se efetivamente é melhor aumentar ou se é preferível melhorar a qualidade do que existe”, questionou.

Tendo em conta o envelhecimento da população, nomeadamente no interior do país, onde se insere Mangualde, no distrito de Viseu, José Tomás defende que se deve “apostar, fundamentalmente, na qualidade e isso é que é importante”.

O provedor lembrou que “a pandemia veio trazer ao de cima as fragilidades das próprias estruturas residenciais para idosos” e, nesse sentido, destacou a importância de se “rever o próprio enquadramento legislativo”, assim como “devem ser revistos os volumes de quartos, salas para utentes, corredores e casas de banho”.

“Quando falamos em estruturas residenciais para pessoas dependentes devemos ter em consideração a forma como vamos operar no interior dessas instituições e como é que vamos garantir que as pessoas estejam bem quando não há pandemia, mas também quando há pandemia”, acrescentou.

No seu entender, “isto é uma oportunidade para se pensar nestas coisas, para se rever um conjunto de coisas que sempre foram vistas muito pelos índices de sustentabilidade” e que agora precisam de uma análise mais profunda.

Voz das Misericórdias, Isabel Marques Nogueira