A Misericórdia de Olhão criou, no início do mês de outubro, uma horta terapêutica que visa estimular a motricidade e a memória dos utentes, proporcionando-lhes momentos descontraídos e de bem-estar.

É junto aos pés das árvores e dos canteiros que decoram os espaços envolventes do lar da Santa Casa que, todos os dias, cerca de 20 idosos se juntam para cuidar das ervas aromáticas recém-plantadas.

Helena Luís, animadora sociocultural da Misericórdia, também ela recém-chegada ao lar, diz que a criação da horta surgiu porque “era importante para os idosos terem um espaço para plantarem a terra”. O trabalho agrícola fez parte do dia-a-dia destes utentes e a horta veio “dar continuidade à vida que eles faziam antes de serem institucionalizados”.

Outro facto que pesou na criação deste espaço teve a ver, segundo a animadora, com a crescente preocupação que havia de “as pessoas em cadeiras de rodas não participarem tanto nas atividades fora de portas (devido às limitações de mobilidade) e então quando criámos a horta também pensámos neles e na sua mobilidade reduzida”.

A Misericórdia criou então espaços onde a horta é vertical, com vasos suspensos nas paredes, de modo a que os utentes com mobilidade reduzida consigam chegar com mais facilidade às sementeiras e cuidar das plantas.
Na horta plantam-se ervas-aromáticas e legumes da época, mas o que mais interessa é, segundo a animadora, ver como os utentes “relaxam ao cuidar da horta, ao verem as plantas crescerem, num ambiente calmo e que lhes é
familiar”.

A diretora técnica da instituição, Soraia Fraústo, garante que a atividade tem conseguido mobilizar até utentes que por vezes têm “mais dificuldades em que participem nas atividades”, afirmando ainda que “apesar de recente, os idosos já perguntam pela horta”, sinal que a atividade está a chegar até eles”.

Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves