Com esta obra, que tem capacidade para 37 utentes e que custou cerca de 2,7 milhões de euros, ainda sem qualquer comparticipação da Segurança Social, a instituição cumpriu "uma missão de solidariedade e de colaboração" para com a população do concelho, ajudando a reduzir a "vasta lista de espera" nesta valência.
Joaquim Guardado lembrou que na freguesia de Pombal existem "3700 pessoas com mais de 65 anos e só duas instituições apoiadas pela Segurança Social”, sendo que uma delas é a Misericórdia. Um "défice de oferta" que fez a irmandade avançar com a obra que, até ao momento, contou apenas com um apoio da Câmara na ordem dos 500 mil euros.
Reconhecendo que o Estado "não pode desempenhar um papel solitário na resolução dos problemas sociais", o provedor defendeu, por outro lado, que a administração central "não se pode demitir" dessa responsabilidade, "quer na construção de equipamentos quer na comparticipação do seu funcionamento".
"Cumprimos o nosso papel neste investimento. Agora aguardamos apoio através do programa PARES e da comparticipação para os utentes", afirmou Joaquim Guardado, considerando que "é através da cooperação entre Misericórdias e Estado" que este tipo de carências sociais se pode solucionar.
Presente na sessão, o diretor do Centro Distrital de Segurança Social (CDSS) de Leiria, João Paulo Pedrosa, revelou que os resultados das candidaturas ao programa PARES serão conhecidos até ao final deste mês de novembro, expressando o desejo que a Misericórdia de Pombal seja contemplada. O dirigente avançou ainda que o CDSS criou já uma equipa multidisciplinar exclusivamente para ajudar as instituições no processo de candidaturas no âmbito dos novos regulamentos que irão sair para as respostas de creche e apoio aos idosos.
No âmbito das respostas para a população sénior, Manuel de Lemos, presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), que presidiu à sessão, defendeu que o foco deve ser o apoio domiciliário, "tratando e cuidando dos idosos nas suas casas o mais possível". Frisou, contudo, que unidades como aquela que a Misericórdia de Pombal inaugurou "serão sempre necessárias", mas que devem ser projetadas "com um olhar para o futuro", sem esquecer a preocupação pela requalificação das estruturas existentes.
"Sinto um enorme orgulho pela inauguração desta unidade", afirmou ainda Manuel de Lemos. O mesmo sentimento foi expresso pelo presidente da Câmara de Pombal, Pedro Pimpão, confessando que, em termos pessoais, se tratou de um momento "muito especial" por ser a sua primeira inauguração como líder do município.
"Esta é a concretização de um sonho que se tornou realidade porque houve um sonhador - Joaquim Guardado - que, com a sua liderança e resiliência, o tornou possível", afirmou Pedro Pimpão, que destacou a importância da obra para o concelho.
Além da criação deste tipo de equipamentos, o autarca entende como importante "capacitar" as instituições que trabalham na área social, destacando, neste domínio, o recém-criado núcleo de formação de Pombal, que resulta de uma parceria entre o município e o Politécnico de Leiria, e que tem um curso na área da geriatria e um outro em intervenção comunitária.
Enaltecendo também o "enormíssimo exemplo de vida" de Joaquim Guardado, o bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, realçou o papel das Misericórdias e de instituições similares pelo que "têm feito e continuarão a fazer pelas pessoas mais desfavorecidas e frágeis da sociedade".
"Sentir as Misericórdias ativas deixa-nos extremamente felizes", reforçou António Brito, ex-presidente da Confederação Internacional das Misericórdias e atual deputado federal do Brasil, presente na inauguração.
Voz das Misericórdias, Maria Anabela Silva