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- São Brás de Alportel | Empreitada para deixar lar de idosos com ‘cara lavada’
Esta primeira fase, que engloba a ampliação e uma primeira parte da remodelação do edifício, foi inaugurada este sábado, 25 de janeiro. O projeto tem décadas, “enfrentou um processo burocrático durante anos”, mas, devido a três linhas de financiamento (Fundo Rainha Dona Leonor, CRESC Algarve 2020 e município de São Brás de Alportel), conseguiu chegar a bom porto.
Por agora, o que está pronto é a ampliação do lar e uma primeira remodelação. Continuam, no terreno, as obras de renovação do restante edifício do lar. “Todo o lar vai ser remodelado e vai ficar de cara lavada. Não vamos ter dois lares, mas só um e isso é importante para não criar nenhum sentimento de injustiça: uns ficarem no espaço novo, outros no velho. Daí o esforço ser nesse sentido, até por uma questão de justiça e conforto”, explicou Júlio Pereira ao VM. O objetivo é que, “até ao final do ano”, tudo esteja pronto, o que está “dependente do andamento dos trabalhos”.
Estas obras partem também “de uma necessidade e da exigência dos tempos, até em termos de legislação”. “Estamos em 2025 e hoje todos temos novas necessidades e um conceito de conforto diferente. As coisas mudaram e acredito que os próximos utentes que entrem num equipamento deste género comecem a ter um grau de exigência a nível da internet, por exemplo”, acrescentou.
Com esta intervenção, a capacidade passou para 85 utentes no lar residencial, mais 10 do que atualmente. Ainda assim, lamentou Júlio Pereira, a lista de espera mantém-se grande. “É algo que nos entristece e que é transversal às Misericórdias e às IPSS. Queríamos dar resposta, mas é manifestamente impossível. É um número sempre a subir e uma sensação de impotência”, confessou o provedor.
Certo é que a reação dos utentes e das famílias tem sido positiva. “Simbolicamente, antes da inauguração, abrimos-lhes as portas e só ouvimos coisas boas. É o que nos dá alento”, disse Júlio Pereira.
Para o provedor, é também necessário reconhecer, cada vez mais, que a “institucionalização dos idosos é muito mais solução do que aquilo que se defende”. “O apoio domiciliário é uma das possibilidades, das soluções, mas quando chegamos a um determinado grau de dependência, o lar dá-nos uma série de respostas e quem está no terreno sabe disso”, acrescentou.
Por isso, esta série de obras no lar da Misericórdia de São Brás é vista com orgulho por Júlio Pereira. “Isto significa criar mais condições de conforto, mais respostas para quem precisa e isso é o que mais importa. Só assim faz sentido estarmos aqui”, concluiu
Voz das Misericórdias, Pedro Lemos