Passados vinte anos, a estrutura residencial para pessoas idosas (ERPI) da Santa Casa da Misericórdia de Seia alargou o serviço prestado. No final de maio foi inaugurada uma nova ala que vai servir como complemento no apoio aos idosos com idade mais avançada e com quadros de demência incapacitantes.
Com capacidade para 12 utentes, a nova estrutura custou 600 mil euros, incluindo o equipamento, e teve o apoio do Fundo Rainha Dona Leonor, numa comparticipação que ultrapassou os 200 mil euros.
Na cerimónia de inauguração da nova estrutura, o provedor Alcides Henriques falou de uma tarefa desafiante no retardar das doenças incapacitantes: “não se procurará curar, porque de cura não cuida esta valência, mas retardar o que for possível, proporcionar conforto e qualidade de vida a estes cidadãos, seja aqui seja mesmo nas suas próprias residências”.
O serviço de apoio a idosos com demências acentuadas também vai estar aberto ao exterior, através do trabalho técnico que é feito nas diversas salas de apoio aos doentes, com destaque para um espaço de estimulação cognitiva.
Ainda no decorrer da cerimónia de inauguração da nova ala, o provedor da Santa Casa de Seia agradeceu a presença da secretária de Estado da Segurança Social dizendo que significou “um incentivo para outras respostas e missões igualmente sociais que nesta região vão sendo cada vez mais prementes. A utilidade afetiva é o lema social desta casa e por isso é um privilégio para a Misericórdia sentir-se satisfeita e recompensada, fazendo o melhor que, dentro das suas limitações, lhe for possível. Temos a certeza que este esforço será também recompensado, porque o fazemos para o bem comum, sobretudo dos que mais precisam de ser ajudados”.
A secretária de Estado da Segurança Social, Cláudia Joaquim, aproveitou a ocasião para sublinhar o importante papel das Misericórdias, a partilha de esforços e a cooperação estratégica que tem existido entre o Estado e as instituições de solidariedade social. A governante reforçou a ideia de que as políticas sociais foram desde sempre centrais para o governo.
“O nosso compromisso com a cooperação, é um compromisso sem reservas e sem preconceitos. Queremos que a sustentabilidade das instituições sociais não se construa sacrificando o seu compromisso com os mais frágeis e os mais pobres. Para isso devemos progressiva e sustentadamente atingir o nível de apoio público à cooperação que garanta um pleno compromisso com a dimensão solidária das respostas sociais”, afirmou Cláudia Joaquim.
Para que seja possível a sustentabilidade das instituições sociais, a secretária de Estado da Segurança Social diz ser necessário adequar a cobertura dos acordos de cooperação, tornando essa cobertura menos sujeita aos ciclos políticos. Neste contexto, Cláudia Joaquim fez referência à criação pelo governo, em 2017, do PROCOOP. O objetivo deste programa, explicou, é “salvaguardar os princípios da transparência, da igualdade e da concorrência na relação entre a Segurança Social e as IPSS”.
Também presente na cerimónia de inauguração do alargamento da ERPI da Misericórdia de Seia esteve a representante do Fundo Rainha Dona Leonor, que comparticipou parte desta obra. Inês Dentinho deixou palavras de agradecimento à União das Misericórdias Portuguesas, dizendo que a parceria com a UMP tem viabilizado a aprovação de “projetos certos na hora certa”. No final da sua intervenção, a responsável agradeceu ao provedor da Santa Casa da Misericórdia de Seia a oportunidade de poder ajudar a construir novos espaços onde as pessoas possam ser mais felizes.
Voz das Misericórdias, Teresa Gonçalves