Na Santa Casa da Misericórdia de Soure o Natal está a ser celebrado com um calendário do advento diferente. Todos dias, até ao dia de Natal, os utentes do lar de idosos abrem um pequeno envelope que dentro, em vez dos tradicionais chocolates, traz um desafio para cumprir. A comunidade também foi convidada a participar através do Facebook.

Ao jornal Voz das Misericórdias o provedor, Manuel Martins Ramos, contou que a ideia de criar o calendário do advento partiu da equipa da animação com o objetivo principal de “estimular cognitiva e fisicamente os utentes, de criar dinâmicas diárias diferentes que ajudem os idosos a contrariar o confinamento e a perceberem que este Natal vai ser diferente, que não vão poder ter os familiares perto”.

Assim, numa das paredes do lar de idosos foi criado um painel onde estão pendurados os envelopes, numerados de 01 a 25, que dentro contêm uma mensagem de Natal e um desafio diário que é proposto aos utentes. Contar anedotas, adivinhas, provérbios, dançar, partilhar o desejo de Natal (na foto) ou relembrar o dia do nascimento dos filhos foram alguns dos desafios realizados.

Até ao momento, segundo a animadora sociocultural, Cláudia Ferreira, o desafio do calendário que mais marcou os idosos foi relembrar o nascimento dos filhos. “Partilharam muitas histórias, é um momento único na vida deles, e rimos muitos das peripécias que aconteciam porque muitos tiveram os filhos em casa, outros a caminho dos hospitais”.

A animadora confidenciou ainda que “os idosos estão a gostar muito desta atividade” e que estão “sempre curiosos para saber qual é o desafio do dia”. 

Também nas redes sociais o calendário de Advento da Misericórdia de Soure tem vindo a fazer sucesso. Diariamente a instituição partilha o desafio que saiu no pequeno envelope e convida a comunidade a participar partilhando, por exemplo, os seus desejos de Natal, que foi o desafio do 16º dia do calendário. Depois é publicado o desafio a ser cumprido pelos idosos.

Segundo Manuel Martins Ramos, essas partilhas visam “criar uma interação quer com os familiares dos utentes, quer com as pessoas da comunidade ao convidá-los a participar numa atividade da Santa Casa, mesmo à distância”.

Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves