“Esta ideia de visitar a terra natal dos utentes surgiu após conversas que fomos tendo, nas quais me deram e dão a conhecer o quanto têm saudades das suas casas, da sua rua, dos vizinhos e familiares. Através destas conversas fiquei a saber dos sonhos antigos que têm por realizar, e dos sonhos que nasceram durante este ano de pandemia”, relata ao VM a técnica, que recorda tempos “extremamente difíceis” por causa do isolamento imposto pela pandemia.
Apresentada a ideia à equipa, e sendo um sonho fácil de concretizar com os próprios meios da instituição, ficou decidido que iriam surpreender seis utentes do lar de idosos e levá-los à sua terra natal, a freguesia de Santo Amaro, uma vez que “era o sonho de todos regressar à rua onde viveram”, explica Maria Luísa Parracha.
“Pegámos na carrinha e metemos o pé no acelerador. Percorremos as ruas da aldeia e batemos à porta dos seus familiares e alguns vizinhos. Um dos momentos mais marcantes foi o reencontro entre a nossa utente Dona Teresa e o seu marido. Entre lágrimas e sorrisos houve muito amor e alegria”, descreve a técnica, constatando que “são momentos como estes que nos fazem ganhar o dia”, concluindo que “para nós foi uma atividade fácil de realizar e para eles foi um grande sonho tornado realidade”.
Apesar de ser habitual a realização de passeios com os utentes, de modo a proporcionar-lhes algumas dinâmicas fora da instituição, António Ferreira, diretor técnico, explica que, neste contexto da pandemia, os mesmo ficaram mais restritos à sede do concelho e com as limitações que a segurança dos utentes exige, pelo que “alguns utentes há vários anos que não visitavam a sua aldeia e as saudades já eram muitas”, constata, sublinhando que “por vezes é tão simples fazer as pessoas mais felizes e foi isso que este pequeno passeio fez”.
Voz das Misericórdias, Patrícia Leitão