Este equipamento será financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), permitindo “libertar os cuidadores das suas tarefas, pelo menos no período diurno, possibilitando desta forma algumas horas de descanso”, sustentou o provedor.
O presidente do município de Vagos deixou também a garantia: “com ou sem apoio do Estado, será dada continuidade a este projeto que presta auxílio a três dezenas de famílias do concelho”. Silvério Regalado deixou ainda um apelo “para que estes projetos de inovação social tenham continuidade porque há pessoas que já não conseguem sobreviver sem estas respostas”, alertou.
No âmbito do projeto “Memorizar”, que foi implementado em janeiro de 2019 e termina no final deste mês de dezembro, Sónia Ribeiro, coordenadora geral da Misericórdia de Vagos, revelou que foi prestado, durante três anos, apoio a 51 pessoas portadoras de demência. O género feminino teve maior prevalência, com a média de idades a rondar os 79 anos. A maioria das pessoas intervencionadas (55%) tinham a doença de Alzheimer, seguida pela demência vascular com 17,5%.
A coordenadora referiu também que mais de 60% das famílias beneficiadas não conseguiriam ter este apoio se não fosse prestado no domicílio. “A população está envelhecida e não dispõe de meios de transporte. Fica claro que, com uma intervenção próxima e multidisciplinar, é possível preservar as capacidades das pessoas apoiadas”, defendeu.
Também presente no webinar, Marta Albuquerque, representante do Portugal Inovação Social, lembrou que “a demência não escolhe género, raça, nem idade, por isso, o mais importante é o sorriso da Maria, do Joaquim e de todas as pessoas que beneficiaram deste apoio”.
Voz das Misericórdias, Paulo Sérgio Gonçalves