Contactada pela família do fotógrafo Laudalino da Ponte Pacheco, a Misericórdia acedeu ao pedido de acolher um acervo de cerca de 160 mil fotografias para catalogar, conservar e digitalizar. De acordo com o provedor Laudalino Rodrigues, a instituição já sabia “da qualidade e da importância que o acervo tem para aquela zona”, então contrataram Luís Pavão, da empresa Lupa, para os serviços de conservação e tratamento do arquivo. “Acreditamos que a Misericórdia vai muito além do apoio social. A educação e a cultura são elementos de inclusão”, defende o provedor, apostando num papel ativo na proteção da identidade local.
No tratamento desta vasta coleção, a Misericórdia aliou o trabalho das fotografias à sua componente humana. Reuniu a comunidade numa noite de convívio para partilhar “fotografias que tivessem” da autoria de Laudalino Pacheco e “histórias relacionadas com elas” que quisessem partilhar, conta o gestor da Misericórdia, Rodrigo Branco.
Em diálogo com o município, a instituição foi alertada para o acervo do fotógrafo José Correia, outro fotógrafo cujos trabalhos abrangem uma maior área geográfica e cobrem o final do século XX. Após contactar a família, a Misericórdia assumiu o compromisso de trabalhar o espólio, com intenção de “criar uma zona de trabalho na Maia que pudesse dar resposta a mais acervos dispersos e em perigo de se perderem”, diz o provedor.
Voz das Misericórdias, Duarte Ferreira