O contrato foi o primeiro assinado no país no âmbito da terceira geração do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES 3.0) e representa um investimento avaliado em cerca de dois milhões de euros.
O projeto prevê a requalificação do edifício do antigo centro de saúde de Almodôvar, que será transformado numa estrutura residencial para pessoas idosas (ERPI). O financiamento do PARES 3.0 é de 75% (cerca de 1,5 milhões de euros), sendo que a Câmara de Almodôvar irá apoiar o projeto com 250 mil euros. Já a Misericórdia de Almodôvar terá de garantir o restante montante (cerca de 250 mil euros).
A futura ERPI da Misericórdia de Almodôvar será organizada “numa única área funcional” no edifício do antigo centro de saúde, que será totalmente requalificado. O espaço ficará com capacidade máxima para 60 residentes em 30 quartos, sendo 18 quartos duplos, seis quartos triplos e seis quartos individuais. Todos os quartos contarão com casa de banho e todo o edifício será totalmente acessível a pessoas com mobilidade reduzida.
No mesmo edifício irá ainda funcionar o centro de dia, que terá uma capacidade máxima para 20 utentes, sendo que os espaços de refeições, convívio e atividades serão partilhados com os residentes do lar.
Já o serviço de apoio domiciliário da instituição passará a funcionar igualmente no edifício, prevendo-se que possa apoiar 41 pessoas com refeições e outras 21 com tratamento de roupa.
De acordo com o provedor Paulo Capela, é previsível que possam ser “criados mais alguns postos de trabalho” para além dos já existentes na instituição.
Na cerimónia de assinatura do contrato de financiamento para o novo lar de idosos, realizada no Fórum Cultural de Almodôvar, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sublinhou que o momento foi “simbólico” e “uma pedrada no charco”, revelando que o PARES 3.0 teve “um valor recorde” de candidaturas aprovadas.
Conforme referiu Ana Mendes Godinho, as empreitadas representam o “maior investimento de sempre”, num total de “228 milhões de euros para a requalificação ou criação de novas respostas sociais para o envelhecimento e para pessoas com deficiência”. A ministra da tutela adiantou também que o programa aprovou um total de 649 candidaturas em todo o território nacional, com uma abrangência na ordem das 22 mil pessoas apoiadas.
Por isso, “temos de estar todos orgulhosos por esta prioridade que foi dada ao investimento social”, que “é determinante” e está “a puxar pelo território, à semelhança do que aconteceu com o turismo”, acrescentou Ana Mendes Godinho.
A governante disse ainda que, através do investimento no setor social, estão a ser criadas “oportunidades para fixar pessoas” nos territórios, sobretudo no interior, e dadas respostas “às necessidades das pessoas”. “Porque se não tivermos serviços para responder às pessoas, estas também não têm oportunidades para aqui os encontrar”, frisou.
Por sua vez, o provedor da Misericórdia de Almodôvar, Paulo Capela, referiu que a criação do novo lar é “uma obra extremamente importante” para a instituição e para este concelho alentejano. “Queremos dar melhores condições aos nossos utentes e aos nossos trabalhadores. Será uma obra que vai ficar para a história e que vai servir o concelho”, afiançou.
Já o presidente da Câmara de Almodôvar disse tratar-se de “um projeto bastante interessante para o concelho”, que “vai dignificar e dar qualidade de vida” à população. Este projeto “pode ser uma mais-valia muito grande para o nosso concelho e para a região onde estamos inseridos”, continuou António Bota, garantindo a disponibilidade da autarquia almodovarense “para trabalhar com aqueles que trabalham para todos”.
Voz das Misericórdias, Carlos Pinto