As celebrações começaram com uma missa de ação de graças na Igreja do Espírito Santo, onde foi descerrada uma placa que perpetua esta marca dos 350 anos. De seguida, realizou- -se uma mesa redonda sobre o papel histórico das Misericórdias em Portugal e, em especial, sobre a trajetória desta instituição alpalhoense.
Mariano Cabaço, em representação da União das Misericórdias Portuguesas, destacou o papel destas instituições na construção do Estado Social em Portugal e o seu caráter de “verdadeiros pilares da solidariedade”.
Seguiu-se a apresentação do professor José Murta, que, com base em pesquisa documental, revelou que a atividade da Santa Casa de Compromisso com o futuro para celebrar aniversário Alpalhão poderá remontar a datas anteriores às oficialmente conhecidas, tendo em conta o primeiro compromisso conhecido, sugerindo que a fundação poderá ter ocorrido antes mesmo de 1665.
Para o provedor José Alfaia, esta comemoração reveste-se de grande simbolismo, enfatizando a importância de “fazer soar novamente as obras de misericórdia, que para muitos se encontram esquecidas”, e reafirmando o compromisso da atual Mesa Administrativa em continuar o trabalho social da instituição.
José Alfaia evocou ainda o espírito da encíclica do Papa Francisco, propondo que se olhe “o passado com gratidão, o presente com paixão e o futuro com esperança”. E concluiu com um voto de confiança: “O caminho faz-se caminhando e nós estamos a fazer o nosso.”
O presidente da Junta de Freguesia (JF) de Alpalhão, Rui Canatário, marcou igualmente presença, sublinhando o papel da Misericórdia como referência social e cultural do concelho de Nisa. Enalteceu ainda o trabalho da instituição e declarou que a JF irá contribuir com materiais de pintura para o restauro exterior da Igreja do Espírito Santo. Rui Canatário dirigiu ainda palavras de apreço às funcionárias da instituição, reconhecendo o esforço e dedicação diários.
Durante o evento, foram também homenageados irmãos com 25 anos de Irmandade, num momento de reconhecimento e gratidão pela dedicação voluntária. O dia terminou com um almoço de convívio no lar de idosos.
Voz das Misericórdias, Patrícia Leitão