Alexandra Andrade, técnica responsável pelo SAD e pela implementação deste projeto na Misericórdia da Amadora, explicou ao VM que a iniciativa surgiu na sequência do Diagnóstico Social da Amadora 2017 que “referia que grande parte da população era envelhecida” e tinha o “isolamento, dependência, exclusão social, demência entre outros” como problemáticas associadas.
Assim, e na ausência de equipamentos adequados para responder às necessidades da pessoa com demência e como forma de retardar a institucionalização das mesmas, a autarquia da Amadora lançou o “Capacitar para Cuidar”.
Ao longo dos últimos meses, as equipas receberam formação específica, onde foram abordados temas como a tipificação das demências, o modelo mais centrado na pessoa com demência, os cuidados pessoais e de saúde, a alimentação, as relações interpares, o apoio ao cuidador informal, técnicas de estimulação sensorial e neurológica, entre outros.
Para além das formações, cada instituição recebeu um kit de neuroestimulação, elaborado pela Associação Humanamente e constituído por “diversos materiais, atividades, jogos, desenhos, pinturas, entre outros elementos, para que no terreno consigamos estimular cognitivamente os utentes e trabalhemos a destreza e motricidade fina, por exemplo”, explica Alexandra Andrade.
Apesar de este projeto ser vocacionado para os serviços de SAD e CD, Alexandra Andrade refere que estão a “trabalhar em processo de cascata” e aproveitar tudo o que foi aprendido para aplicar “em todas as respostas da terceira e quarta idade. Queremos replicar o que aprendemos com utentes que, não sofrendo desta patologia, precisam de alguma forma de ser estimulados”.
O “Capacitar para Cuidar” está em fase final de formações, prevendo a Misericórdia que avance para o terreno em inícios de outubro. Este projeto é financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian no âmbito do concurso “Envelhecimento na Comunidade”.
Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves