Comentando esta realidade, o presidente da UMP recomendou celeridade e rigor na aplicação das verbas provenientes do Fundo de Auxílio Europeu às Pessoas mais Carenciadas. “Todas as soluções que asseguram que os recursos são colocados à disposição das pessoas são positivas. Tudo o que facilite o acesso e não estigmatize é bom. Mas temos de ser rigorosos e rápidos, não podemos ficar à espera de um programa que só vem daqui a três meses. Acredito que ninguém ficará sem sopa e água, mas temos de reforçar a cooperação e o Estado tem de ser célere a facultar os meios para que as famílias possam aceder a pacotes básicos de alimentos e continuem a viver com dignidade”, defendeu Manuel de Lemos.
Em entrevista à TVI24, no dia 15 de fevereiro, o presidente do Secretariado Nacional da UMP alertou ainda para a gravidade dos números reportados pelas Misericórdias, que atestam o aumento da procura a partir do primeiro confinamento, sobretudo nas zonas urbanas, e agora de forma mais acentuada no início de 2021, à semelhança de outras instituições. “Os números relatados são muitíssimo preocupantes, muito maiores do que no primeiro confinamento”.
Em relação ao perfil das famílias que procuram apoio alimentar, Manuel de Lemos adianta: “são os velhos pobres, acrescidos das pessoas que por força deste confinamento e da interrupção da economia ficaram impossibilitados de exercer a sua profissão, pessoas que tinham a vida orientada e os seus empregos e que se viram privados dos seus rendimentos”.
O POAPMC, coordenado pelo Instituto de Segurança Social, é cofinanciado pelo Fundo Europeu de Auxílio às Pessoas mais Carenciadas e recorre a centenas de entidades espalhadas por todo o país, onde se incluem as Misericórdias, que funcionam como polos de receção ou entidades mediadoras, que todos os meses recebem alimentos e os entregam às famílias.
Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas