A sessão, que teve lugar no dia 1 de julho, contou com a presença de diversas personalidades civis e religiosas locais, regionais e nacionais, bem como do presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel de Lemos, e de provedores de diversas Misericórdias do país.
Antes, foram descerradas as 14 obras de misericórdia, pintadas e oferecidas pelo provedor José Dias Coimbra, onde cada uma das telas representa momentos ou figuras que, ontem como hoje, praticaram e praticam essas obras que são a essência das Santas Casas.
Depois de descerradas, o autor explicou o significado de cada um dos quadros, com o presidente da União das Misericórdias Portuguesas a considerar José Dias Coimbra, “o senador dos senadores do movimento das Misericórdias e a entrega destas pinturas um sinal de dedicação e amor a esta causa”.
Já na Mata das Misericórdias, José Dias Coimbra deu a conhecer o grande objetivo da inauguração do “Largo dos Três Bispos”, salientando que “os homens têm que saber fazer história”. O provedor lembrou ainda que a homenagem se deveu a “estes serem os bispos do século XX que marcaram a Beira Serra”, não esquecendo contudo que “há muitas mais personalidades”.
O objetivo do novo espaço é homenagear e perpetuar o nome de três figuras da Igreja: D. José Alves Matoso, que nasceu no Pisão (Coja-Arganil); D. Eurico Dias Nogueira, natural de Dornelas do Zêzere (Pampilhosa da Serra); D. João da Silva Campos Neves, oriundo dos Cepos (concelho de Arganil).
Coube ao cojense Fernando Maia Vale descerrar a lápide de D. José Alves Matoso, que nasceu no Pisão (Coja-Arganil). Ao cónego Sertório Baptista Martins e ao provedor da Santa Casa da Misericórdia de Pampilhosa da Serra, António Sérgio Brito Martins, a lápide de D. Eurico Dias Nogueira, natural de Dornelas do Zêzere (Pampilhosa da Serra). Por último, coube a André Campos Neves descerrar a lápide de seu tio, D. João da Silva Campos Neves, oriundo dos Cepos (concelho de Arganil).
Na ocasião, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Arganil salientou o papel da Mata das Misericórdias “como espaço de preservação e valorização de um movimento com mais de quinhentos anos, como é o caso das Misericórdias portuguesas, sendo também a designação escolhida para o mesmo local uma homenagem a cada uma das Santas Casas de Portugal e à sua União, cuja figura máxima é o seu presidente, Dr. Manuel de Lemos e cuja presença é sempre uma honra e um sinal de amizade”.
Durante o seu discurso, que encerrou a sessão, Manuel de Lemos salientou que “o movimento das Misericórdias é incontornável na história do País, sendo hoje as Santas Casas peça fundamental no âmbito da intervenção junto de cada uma das comunidades, incluindo na preservação da memória coletiva como é o caso deste evento.”
Das festividades em honra de Santa Isabel fizeram parte a eucaristia solene celebrada na igreja da Misericórdia, seguida de procissão abrilhantada pela Filarmónica Arganilense, culminando com o magnífico concerto no âmbito do IV Encontro de Coros organizado pelo Orfeon Maestro Alves Coelho da Misericórdia anfitriã, tendo participado o Grupo Coral da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e o Grupo Coral da Santa Casa da Misericórdia de Águeda.
Recorde-se que a Santa Casa da Misericórdia de Arganil foi fundada em 1647 e atualmente acompanha diariamente cerca de 350 pessoas, contando para o efeito com mais de uma centena de colaboradores.
Voz das Misericórdias, Paulo Mattos Afonso