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- Arquidiocese de Évora | ‘Proximidade é um valor, é o compromisso com rosto’
“Esta ideia foi lançada, nos últimos anos, por D. Manuel quando era bispo do Porto e então começámos a encontrar-nos com ele lá. Nessa altura com as Misericórdias da diocese do Porto. Posteriormente mudámos para Braga com D. Jorge Ortiga. Já em Évora, nunca tínhamos feito, este é o primeiro encontro”, referiu Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).
“Com a nomeação do novo arcebispo Francisco Senra Coelho abriu-se uma janela de oportunidade. E chegou-se à conclusão que era importante, nesta época de Natal e numa altura em que o Centro Luís da Silva acaba de fazer cinco anos, ter a visita do arcebispo. Porém, com o envolvimento das Misericórdias da arquidiocese, de modo a que o nosso pastor falasse com as Misericórdias e as ouvisse”, contou Aurelino Ramalho, provedor do Vimieiro e administrador do Centro de Apoio a Deficientes Luís da Silva.
E o dia de partilha começou bem cedo com a receção aos provedores das Santas Casas que, à medida que chegavam, distribuíam acenos e sorrisos. Para alguns era um momento de reencontros, para outros, altura de novos conhecimentos.
Vimieiro, Cano, Estremoz, Évora, Mora, Crato, Setúbal, Reguengos de Monsaraz, Coruche, Benavente, Alcáçovas, Viana do Alentejo, Montargil, Monsaraz, Vendas-Novas, Redondo, Vila-Viçosa, Alcácer do Sal e Azaruja marcaram presença.
“Não é possível fazer o encontro das Misericórdias que constituem esta arquidiocese ou que pertencem a esta arquidiocese somente olhando para o distrito de Évora. Uma vez que a diocese de Évora é muito extensa.
Territorialmente a mais extensa de Portugal e tem várias Santas Casas ligadas ao distrito de Santarém, Setúbal e Portalegre. Por isso, juntarmos aqui Misericórdias destes quatro distritos é muito significativo, é um esforço grande que agradeço à União das Misericórdias”, afirmou D. Francisco Senra Coelho, arcebispo.
À chegada, o arcebispo fez questão de cumprimentar todos os que o esperavam. Posteriormente, enquanto descerrava uma placa, ao lado do presidente da UMP, alusiva à sua presença no Centro Luís da Silva, os aplausos fizeram-se ouvir. Aplausos esses que se estenderam ao auditório.
Sentadas nas cadeiras, as cerca de 60 pessoas, estavam de olhos e ouvidos postos nos oradores. A conversa era seguida atentamente e as reações eram constantes. Enquanto uns abanavam a cabeça e deixavam a expressão facial “falar”, outros intervinham, mas para além da troca e partilha de ideias, os presentes tiveram também a oportunidade de assistir à apresentação do projeto literário 'O Silêncio do Teu Olhar', de Gelson Fernandes, utente do Centro Luís da Silva.
“Pensamos que a proximidade das Misericórdias à igreja, sem prejuízo da nossa identidade, da nossa autonomia, da nossa maneira de estar, da nossa cooperação com o Estado português no desenvolvimento, na formação e na execução das políticas públicas sociais, tem raízes. Essas raízes apontam para a nossa eclesialidade. E por isso faz todo o sentido que de vez em quando nos possamos encontrar com os altos dignitários da igreja e também com os párocos e assim conversar um pouco sobre os casos que têm a ver com a nossa matriz”, referiu Manuel de Lemos.
“Fiquei muito feliz por ter sido possível fazer este encontro, desejo que seja o primeiro de muitos. Foi uma alegria para mim abraçar cada um dos provedores, os diversos membros das direções, conhecer muitos deles pela primeira vez, pois estou há cerca de três meses na arquidiocese”, realçou D. Francisco Senra Coelho.
O arcebispo de Évora destacou ainda o importante papel das Misericórdias na sociedade. “A proximidade das Santas Casas faz uma auscultação quase pessoa a pessoa e quando propõe uma resposta não parte de um conceito teórico ou de uma análise sociológica meramente estatística, essa muitas vezes é de tal maneira genérica, que deixa passar a necessidade concreta daquela localidade e daquela população. Esta proximidade é um grande valor, é o compromisso com rosto. A Misericórdia tem rosto e como tal as pessoas veem o olhar e sentem a mão e como podemos perceber é uma resposta personalizada e por isso humanizada.”
Finalizada a conversa no auditório, dirigiram-se para o almoço convívio. Almoço esse, em que a ementa apresentava uma grande variedade visto todas as Santas Casas terem levado algo típico das suas terras para a refeição, que teve como ingredientes principais a união e a confraternização.
Voz das Misericórdias, Ana Machado