A medalha, outorgada pelo Papa Francisco, foi entregue, no passado dia 30 de novembro, pelas mãos do arcebispo primaz de Braga, José Manuel Garcia Cordeiro, numa cerimónia que teve lugar no Santuário de São Bento da Porta Aberta, em Terras de Bouro, aquando da realização da assembleia diocesana.
A medalha ‘Pro Ecclesia et Pontifice’ é uma ordem honorífica da Igreja Católica Romana, também conhecida como Cruz de Honra, de outorga exclusiva do Papa e é considerada a mais alta condecoração dada pela Santa Sé a leigos civis.
Na ocasião foi frisado o “humanismo, sempre presente na sua atuação”, não deixando de “se acentuar as suas preocupações de ordem cultural, claramente manifestas nos seus mandatos que soube compaginar com a prática das obras de misericórdia”. “Bernardo Reis esteve na génese da revista Misericórdia de Braga, que iniciou a sua publicação em 2005 e é hoje uma revista de referência, não só pelos variados e interessantes temas que trata, mas também pela indiscutível craveira intelectual dos seus colaboradores”.
Natural do Pico de Regalados, onde nasceu em 14 de abril de 1934, Bernardo Reis fez o liceu em Braga, após o que rumou a Coimbra, onde se licenciou em Ciências Geológicas.
Depois de episodicamente ter passado pelo MOP e pela experiência na docência liceal, em 1960 inicia uma nova atividade como geólogo na Diamang, em Angola, com especial incidência na pesquisa e prospeção de diamantes em que em que se distinguiu como perito de pedras preciosa de nível mundial.
Em dezembro de 1977 regressou a Portugal, por força das circunstâncias políticas que se verificavam em Angola, e passou a integrar os corpos sociais da Misericórdia de Braga, assumindo as funções de provedor em 2003, tendo a partir daí sido eleito provedor em sucessivos mandatos, cargo em que atualmente se mantém. Exerceu também funções como vogal do Secretario Nacional da UMP entre 2010 e 2015, com o pelouro do património cultural.
Recorde-se que Bernardo Reis já foi distinguido várias vezes ao longo da sua vida, em número já de cerca de 20, ressaltando-se, a medalha de ouro pela Companhia de Diamantes de Angola, em 1973, e a Comenda da Ordem de Mérito, em 2021, atribuída pelo Presidente da República, sendo também membro honorário da Academia de História.