Aqui ajudam-se mulheres e crianças vítimas de violência física e psicológica a definir, segundo a equipa técnica da instituição, “uma nova trajetória de vida, com novas oportunidades e horizontes que lhes permitem viver com menos medo de confiar, de amar e ter esperança”.
São 12 mulheres e três crianças que atualmente residem na casa abrigo. Aqui trabalha diariamente uma equipa multidisciplinar que ao longo dos cerca de três meses e meio, tempo médio que permanecem na casa, ajudam estas pessoas a lutarem pela sobrevivência, a perdoar o passado e a dar a volta por cima.
A ajuda faz-se sobretudo “através do reconhecimento e fortalecimento das capacidades das utentes”, com sessões de apoio psicológico “individuais e em grupo onde podem partilhar as questões que lhes trazem mais sofrimento, bem como reforçar a autoestima e autoconfiança”, contou ao VM a equipa técnica.
O primeiro passo para estas mulheres deixarem o passado para trás e avançar para um novo caminho é, para a equipa técnica, o “perdão interior”. Um processo demorado e doloroso que implica que compreendam “os motivos internos que levaram a permanecer numa relação abusiva, aprender a aceitá-los e integrá-los nas suas vidas”.
Numa altura do ano em que valores como a família, o amor e a partilha são tão exaltados, o VM quis saber como o Natal é vivido num espaço onde os maus tratos deixaram uma marca profunda.
“Como na casa da maioria das pessoas, com a alegria de decorar os espaços e enfeitar a árvore de Natal”, foi a resposta da equipa técnica. A ausência da família é muito sentida durante a quadra, mas viver o Natal em segurança é certamente um conforto.?
Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves