Centro de Apoio Social do Pisão reestruturou serviços para proteger os residentes e colmatar o impacto do confinamento

Num ano atípico e com desafios acrescidos provocados pela pandemia, o Centro de Apoio Social do Pisão (CASP) decidiu reestruturar a resposta ocupacional, inaugurar quatro unidades residenciais e um refeitório de apoio ao centro de atividades ocupacionais (CAO) para dignificar, reabilitar e melhorar a autonomia dos residentes. Com capacidade para 340 utentes, este equipamento da Misericórdia de Cascais foi forçado a adaptar as suas rotinas, desde março de 2020, para proteger os residentes e colmatar o impacto do confinamento.

“O facto de estarmos mais virados para dentro obrigou-nos a reinventar o funcionamento e a algumas atividades para que os residentes não sentissem tanto o confinamento. Somos uma instituição aberta ao exterior e fizemos um grande esforço para melhorar as condições dos utentes e proteger quem está cá dentro”, adiantou ao VM Anabela Gomes, diretora do CASP.

O novo refeitório de apoio ao CAO, a funcionar desde 30 de março, é uma das novidades mais recentes, com uma linha de self-service que permite desenvolver competências úteis para a vida diária num ambiente mais resguardado. Neste espaço, os residentes preparam o tabuleiro com a sua refeição, utilizam loiça de porcelana, como alternativa ao alumínio, e ocupam o lugar da sua preferência, com vista para um dos espaços verdes que harmoniza o Pisão. 

Soraia Brito, psicóloga que acompanha os utentes nestas novas rotinas, considera que uma das mais-valias é “o treino de autonomia e competências, num ambiente mais tranquilo e com menos pessoas [25 por turno] distinguindo-se do funcionamento dos restantes refeitórios”.

Outra mudança foi a reestruturação da resposta ocupacional em três polos, adaptados ao grau de autonomia dos utentes: polo de conforto e bem-estar (utentes mais dependentes que necessitem de apoio individualizado), polo ocupacional (pessoas com dependência moderada) e oficinal (residentes mais autónomos, que produzem bens orientados para a comunidade).

Desta forma, os utentes mais dependentes, “que não tinham enquadramento noutras atividades, conseguem melhorar a sua funcionalidade e bem-estar físico e emocional, num pequeno ginásio, sala de artes e estimulação cognitiva e sensorial”, congratula-se a psicóloga.

No âmbito desta melhoria interna, foi ainda inaugurada em setembro de 2020 o lar residencial "Casas da Lua", constituído por 4 unidades com capacidade para 24 pessoas.

Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas