A Santa Casa da Misericórdia de Constância assinalou o Dia do Idoso, comemorado a 1 de outubro, com uma homenagem a cuidadores, funcionários e parceiros que têm ajudado a instituição a “servir o próximo com alegria e sentido de responsabilidade”. A cerimónia “singela, mas repleta de significado” juntou cerca de uma dezena de convidados no exterior do Lar de S. João.
“Não podemos baixar a guarda. A pandemia está aí e temos que continuar o nosso trabalho. Mas não quisemos deixar, de uma forma simples, de homenagear todos aqueles que nos têm ajudado”, declarou António Paulo Teixeira, provedor da Misericórdia de Constância. “Une-nos um sentimento profundo de reconhecimento. Estamos no caminho certo e prontos para defender aquilo que é defensável”, acrescentou.
Quanto aos tempos que se vivem, com especial incidência de casos em instituições que cuidam de idosos, na Santa Casa de Constância os tempos têm também sido “difíceis, com muita sobrecarga, muito esforço e muita dedicação”, mas, segundo afirmou António Paulo Teixeira, até ao momento, todas as valências “continuam seguras”.
“Esta pandemia é uma maratona sem uma meta à vista. Temos que ter esperança e vamos caminhando, passo a passo”, disse. “Continuaremos a pugnar, com todas as nossas forças, para que tudo continue assim”, garantiu o provedor, lembrando que os funcionários da instituição “são a base da atividade assistencial” da Santa Casa. “Sem eles, dificilmente os nossos queridos utentes teriam uma boa assistência. Temos feito um grande investimento neste capital humano que, para nós, é incomensurável e de real valor”, declarou ainda.
Uma opinião partilhada pelo presidente da autarquia de Constância que fez questão de marcar presença nesta cerimónia. “Mesmo neste período difícil, as nossas instituições têm estado à altura dos desafios”, afirmou Sérgio Oliveira.
Na ocasião, o autarca felicitou os funcionários e Mesa Administrativa da Santa Casa pelo “espírito de resistência e entrega” que têm demonstrado na “defesa e proteção” desta população mais vulnerável.
“Esta situação está longe de passar, mas não devemos baixar os braços e acreditar que, em conjunto, enquanto comunidade, iremos ultrapassar esta fase difícil das nossas vidas. Há que manter a luz acesa e temos que seguir em frente”, apelou.
Destacando o “profissionalismo demonstrado e nem sempre reconhecido” dos profissionais que, diariamente, cuidam dos mais idosos nas instituições, Manuel Maia Frazão, presidente do Secretariado Regional de Santarém da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), referiu que, na globalidade daquelas instituições, “os colaboradores estão preparados e capacitados”, desempenhando as suas funções com “grande entrega”.
Mas, para Maia Frazão, os trabalhadores têm ido mais além: “conseguiram criar, com as pessoas que estão nas unidades, partilha, amizade e bom relacionamento”, condição essencial para que o ânimo se mantenha.
Maia Frazão reconheceu, por isso, “a arte e o engenho” dos funcionários das Misericórdias e destacou o “grande investimento” realizado nas unidades para permitir o afastamento físico dos utentes e na aquisição de equipamentos de proteção individual “que fazem a diferença”, entre outras medidas.
Apesar disso, disse Maia Frazão, os apoios do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social têm sido “escassos e pouco atentos” a este esforço acrescido que as instituições têm feito para cuidar desta franja mais fragilizada da população.
O responsável deixou ainda a sua apreensão sobre época da gripe, considerando ser necessária uma preparação atempada dos serviços de saúde que assegure “efetiva garantia e segurança” a todos os utentes que necessitem de recorrer aos serviços médicos.
Voz das Misericórdias, Filipe Mendes