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- Covid-19 | Novas tecnologias ajudam a mitigar a propagação do vírus e atenuar as saudades
A maioria das Misericórdias portuguesas já implementou nos seus lares de idosos sistemas de comunicação que permitem aos idosos, impedidos de receber visitas devido à Covid-19, fazer videochamadas com a família. Por outro lado, as novas tecnologias estão também a ser utilizadas para fomentar o teletrabalho junto dos funcionários dos serviços administrativos e museus. Estas soluções surgiram numa altura em que o novo coronavírus está a ganhar terreno em Portugal e servem, sobretudo, para mitigar a propagação do vírus e minimizar o impacto da suspensão das visitas.
Computadores portáteis, tablets e telemóveis são por estes dias os dispositivos mais utilizados nas Misericórdias de norte a sul do país, ilhas incluídas. Amadora, Bismula, Seia e Coimbra são algumas das Santas Casas que estão a utilizar as videochamadas para colocar os utentes em contacto com os seus familiares. Skype, Messenger do Facebook, WhatsApp e SiosLife são as ferramentas que estão a ser utilizadas e a opinião é unânime: utentes e familiares estão a aderir muito bem e as videochamadas estão a ajudar a atenuar as saudades e a solidão.
Na Misericórdia de Bismula, assim como na congénere de Seia, as mesas administrativas tiveram de comprar portáteis, telemóveis e tablets para que se pudessem fazer videochamadas. Ao VM, Susete Nobre, diretora técnica em Bismula, contou que esta “é uma experiência nova”, mas que está a ter uma boa recetividade por parte de idosos e famílias.
Em Seia, o cenário é semelhante, mas a afluência de chamadas é tão grande que “em alguns casos os familiares deixam mensagens por vídeo e depois os utentes respondem da mesma forma”, disse Telma Teixeira, animadora sociocultural. “Aqui notámos que com as videochamadas temos mais familiares em contacto com os utentes”, e por isso, não há dúvidas de que esta é uma medida que “foi criada em tempo de crise, mas que se justifica continuar depois de tudo passar”.
Joel Araújo, coordenador geral da Misericórdia de Coimbra, corrobora com esta opinião e confidenciou ao VM que com as videochamadas notaram que há uma presença, apesar da distância, mais efetiva. “Infelizmente temos idosos que não recebem assim tantas visitas e, apesar de tudo, isto veio aproximar os utentes dos familiares”. Por isso “este é um sistema de comunicação que vamos continuar a utilizar depois de a pandemia passar”.
Mas não é só para cuidar do lado afetivo, tão importante neste tempo de crise, que as novas tecnologias estão a ser utilizadas, com as Misericórdias portuguesas a tirar partido delas para promoverem o teletrabalho entre os seus colaboradores e dessa forma mitigar a propagação do vírus.
Prova disso são as Misericórdias da Amadora, Coimbra e Seia que têm já equipas a trabalhar a partir de casa. Na Amadora, segundo Adriano Fernandes, diretor de inovação, a instituição tem em regime de teletrabalho “30% dos colaboradores” e as reuniões de trabalho, por exemplo, estão a ser feitas através da “plataforma ZOOM”.
Em Seia, é usada a ligação remota aos computadores dos postos de trabalho” e há ainda um “grupo de conversação para coordenar os serviços e apoiar as equipas que estão na frente da batalha”, referiu a coordenadora Cláudia Lopes.
Além dos serviços administrativos, Coimbra tem também o “pessoal do museu a trabalhar a partir de casa, estão a fazer o inventário”. O trabalho é feito “com recurso à Cloud, ao Skype e a grupos no WhatsApp, ferramentas onde é possível a partilha de informação e gerir planos de trabalho à distância”, referiu Joel Araújo.
Para os três responsáveis não há dúvidas de que é “fácil gerir as equipas online” e que para isso muito contribui o facto de “as equipas estarem motivadas e empenhadas nesta luta”.
Esses são alguns exemplos de como as Misericórdias estão a utilizar as tecnologias para continuar o trabalho e, ao mesmo tempo, diminuir os índices de propagação do vírus.
Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves
Fotografia: Misericórdia de Reguengos de Monsaraz