Empenhada em continuar a encontrar novas formas de rendimento, que vão além do setor social, a Santa Casa da Misericórdia do Crato decidiu apostar na requalificação do primeiro andar do edifício onde se encontra já instalado o Espaço Casa de Costura, bem como uma loja dedicada aos produtos tradicionais, no centro da vila. O objetivo é permitir à instituição ampliar os seus serviços, bem como potenciar a transmissão de um saber que corre o risco de se perder: a costura.
Este projeto tornou-se possível através de um protocolo de parceria estabelecido com a Câmara Municipal do Crato, que implicou a cedência do edifício à autarquia que procedeu à respetiva candidatura de financiamento. O principal objetivo da iniciativa, como explica ao Voz das Misericórdias o provedor da Santa Casa do Crato, Mário Cruz, é que “a oficina Casa de Costura integre um conjunto de atividades que permitam dinamizar os recursos humanos já existentes e, em especial, aproveitar a experiência e saber das colaboradoras afetas a esta valência”. Além de dar continuidade a este trabalho, continua o provedor, no espaço serão promovidas ações para “despertar e revitalizar o interesse da comunidade para profissões que estão em desuso, criando ao mesmo tempo novas oportunidades de emprego”, realça.
Neste espaço irão ser desenvolvidos ateliês de costura, promovendo, essencialmente, a inclusão de seniores no ativo, mas que serão também formas de tornar possível a transmissão destes conhecimentos tradicionais, criando, inclusive, condições para que a Casa de Costura consiga gerar receita para, no futuro, tornar o espaço autossustentável.
Mário Cruz explica que a Casa de Costura é um projeto que espelha bem “a capacidade de adaptação e de inovação que as costureiras da instituição têm tido face às novas necessidades que vão surgindo”, quer seja da Santa Casa, quer da comunidade, criando novas peças e serviços.
Exemplo disso é a confeção de capotes alentejanos, e, presentemente, no contexto da pandemia de Covid-19, de máscaras sociais que estão a ser distribuídas à população do Crato, também numa parceria com a Câmara Municipal, sendo este “mais um serviço que presta em prol da comunidade”, justificando, desta forma, a sua convicção da importância deste investimento, de cerca de 120 mil euros, na preservação das tradições.
Voz das Misericórdias, Patrícia Leitão