- Início /
- Misericórdias /
- Notícias /
- Dar voz aos 'heróis anónimos' | Cláudia Soares - Misericórdia de Paredes de Coura
Ser educadora sem as crianças
Quando as creches e jardins de infância fecharam pela primeira vez, em março de 2020, todos foram apanhados desprevenidos. Reagir e adaptar funções ao novo contexto foi o plano encetado então por Cláudia Soares e a equipa. “O primeiro desafio foi ser educadora fora do contexto de sala sem estar com as crianças”.
Descobriram “à força” que era possível, munindo-se de determinação e criatividade. Adaptaram os projetos educativos aos recursos disponíveis em casa e criaram grupos de comunicação virtual com os pais para manter os laços sem sobrecarregar a agenda familiar. “O mais importante foi não perder a ligação e esta relação de proximidade apaziguadora”.
Entre confinamentos, as crianças regressaram a uma escola que não conheciam: “um espaço com menos brinquedos, menos contacto entre salas e novas regras”. A reaprendizagem foi conjunta, mas permitiu encontrar um equilíbrio entre o acolhimento de sempre e a segurança desejada.
Quando tudo se repetiu em janeiro de 2021, o desânimo apoderou-se de todos. “Foi uma angustia muito grande, sentimos saudades da confusão e sorrisos deles, fomos arrancados da nossa rotina e trancados em casa”. À distância de um ecrã, as crianças mandavam corações e denunciavam sinais de desgaste. “Custava saber que não lhes dávamos o suficiente, faltava a partilha de vivências e emoções”.
Mas estão finalmente reunidos. Ouvimos as gargalhas do reencontro.
Cláudia Soares, 43 anos, educadora e diretora técnica da creche e jardim de infância, Misericórdia de Paredes de Coura