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- Dar voz aos 'heróis anónimos' | Nuno Reis - Misericórdia de Barcelos
‘Todos foram fundamentais’
“A pandemia colocou-nos à prova como indivíduos e organizações”. Afastou-nos das nossas famílias, expôs-nos a riscos de doença e gerou exaustão profissional, sem sobreaviso.
Em Barcelos, a Santa Casa resistiu sete meses sem um único caso de infeção “quase milagrosamente e com muito esforço”. Até ao dia que surgiu um caso suspeito. E tudo mudou em 24 horas. Menos trinta funcionários ao serviço, por motivo de infeção ou isolamento, e o reforço das medidas de proteção para conter o vírus e prestar os “melhores cuidados”.
Felizmente, os problemas foram antecipados. Meses antes, a instituição reforçara a equipa com um “excedente de 50 colaboradores, entre auxiliares de serviços gerais, ação médica, geriatria e enfermeiros”. Meios esses que foram determinantes para mitigar o surto no último trimestre do ano.
No rescaldo deste episódio, surgiu um novo desafio: acolher utentes com alta clínica, internados nos hospitais públicos por falta de retaguarda familiar. A resposta foi imediata. “Independentemente das dificuldades, quisemos dar um contributo adicional para uma luta que é de todos”.
O coletivo prevalece no discurso e na ação garantindo que todos assumem o seu papel. “Todos foram fundamentais na resposta assegurada”.
As perspetivas para 2021 são de uma “esperança cautelosa”. Acredita que a vacina representa um “ponto de viragem no controlo da pandemia”, mas antevê um “ano difícil”.
Nuno Reis, 42 anos, provedor, Misericórdia de Barcelos