A Misericórdia do Entroncamento inaugurou, no dia 25 de novembro, as obras de requalificação do Hospital de São João Baptista. No mesmo dia, a instituição promoveu um debate sobre o contributo do setor social na área da saúde, onde ficou evidente a importância de os sistemas público, privado e social trabalharem em complementaridade, para uma melhor resposta à população e maior eficiência de recursos.

Segundo o provedor, Firmino Falcão, as obras agora inauguradas pretenderam "lavar a cara" ao hospital, um edifício com "mais de 40 anos" a necessitar de um novo pavimento, pintura de paredes e substituição de portas. "Por muito bons que sejam os nossos profissionais, e são-no, era importante dar outras condições ao espaço", reconhece o dirigente, destacando ainda a intervenção feita na valência de fisioterapia, com o reforço de equipamentos e a criação de um ginásio "mais especializado", que funcionará em complemento da cirurgia de ortopedia e da fisiatria.

Elogiando a equipa de manutenção e infraestruturas da Misericórdia, que executou grande parte dos trabalhos, o provedor adianta que, em 2023, avançará também a requalificação do primeiro piso, abrangendo as zonas de internamento e de cirurgia.

Ainda este ano, será criada a consulta aberta de pediatria e reforçado o atendimento permanente com um segundo clínico, para "ajudar a reduzir as listas de espera nas urgências do Médio Tejo", salienta Firmino Falcão. É também esse o objetivo do protocolo agora assinado entre a Misericórdia do Entroncamento e o Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), para a realização de 80 cirurgias de ortopedia. De acordo com o contrato, as intervenções serão realizadas no Hospital de São João Baptista, pelas equipas médicas e de enfermagem da instituição, que farão também o acompanhamento pós-cirúrgico e internamento prestado aos utentes do CHMT.

As cirurgias contratualizadas representam "um terço da lista de espera cirúrgica de ortopedia e vão permitir uma significativa redução dos tempos de espera", frisa Casimiro Ramos, presidente do conselho de administração do centro hospitalar, apontando esta parceria como "um bom exemplo" da complementaridade que deve existir entre os setores público e social e envolvendo também o privado. "Não estamos em situação de concorrer uns com os outros, mas de agirmos em articulação, num sistema de vasos comunicantes", defendeu o administrador, durante o debate sobre o contributo do setor social na área da saúde.

"O país precisa de mais cooperação e não de competição", reforçou Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, que considera que o setor social está "muito bem colocado" para, face às dificuldades "crescentes" do Serviço Nacional de Saúde, ser "o principal parceiro do Estado" na área da saúde.

É nesse sentido que vai o reforço da parceria entre o CHMT e a Misericórdia do Entroncamento. Segundo Casimiro Ramos, em cima da mesa está a possibilidade de criar uma "enfermaria volante", com algumas camas do internamento do Hospital de São João Baptista a serem "reservadas" para acolherem, em internamento, doentes do centro hospitalar, ajudando a "descongestionar" as urgências.

Já no sábado, dia 26, a Misericórdia promoveu o Vila Saúde, um evento que pretendeu mostrar a instituição à comunidade e, ao mesmo tempo, funcionar como "espaço de esclarecimento através da promoção da saúde e prevenção da doença".

Ao longo do dia, foram realizados rastreios gratuitos, nas áreas da hipertensão, diabetes, saúde oral, audição, entre outros, e dinamizadas atividades como pilates clínico e treino funcional, na área da reabilitação física. O evento contou com a presença de profissionais dos vários serviços do Hospital São João Baptista, bem como parceiros da instituição na área da saúde.

 

Voz das Misericórdias, Maria Anabela Silva