A Santa Casa da Misericórdia Fátima-Ourém vai avançar este ano com a nova sede, uma obra de três milhões de euros, anunciou a provedora, Fernanda Rosa.

“Estamos a preparar o caderno de encargos para lançar o concurso público. Gostávamos de lançar o concurso até março e, no final de 2023, podermos estar a inaugurar a nova sede”, afirmou Fernanda Rosa.

A nova sede vai ficar instalada na localidade de Moimento, num terreno de 4.000 metros quadrados comprado à Junta de Freguesia de Fátima pelo valor simbólico de 70 euros, adiantou a provedora.

“O projeto está aprovado pela Câmara há quase um ano e, em junho do ano passado, estávamos em condições de levantar a licença. Pedimos um adiamento por questões financeiras”, explicou.

Instalada num espaço arrendado há mais de 30 anos, a sede atual tem algumas “limitações” em termos de estrutura física, reconhece a instituição. “Inicialmente destinado a residencial turística”, o edifício encontra-se “desajustado às exigências e necessidades da população a que se destina a missão da Santa Casa – os grandes dependentes em razão da idade e da doença, em particular a demência”, explica.

Fernanda Rosa esclareceu que a Misericórdia aguardava o resultado da candidatura ao Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES) – 3ª Geração.

“Felizmente, fomos contemplados com um apoio do PARES de 1,1 milhões de euros”, declarou, referindo que a verba restante será obtida com recurso à banca, além de que “o Município de Ourém já garantiu apoio financeiro até ao máximo de 250 mil euros”.

Segundo Fernanda Rosa, a Santa Casa está “sempre à procura de outras alternativas de financiamento do Estado”, dando como exemplo o Plano de Recuperação e Resiliência, e pretende fazer “iniciativas de angariação de fundos, junto da comunidade e de beneméritos”.

“Apesar de não termos garantidos os três milhões de euros, vamos avançar, esperando que a comunidade, de alguma forma, se envolva neste projeto e reconheça a utilidade pública do mesmo”, realçou.

A provedora destacou que a Misericórdia Fátima-Ourém “continua a receber pessoas com dificuldades económicas às quais não pode virar as costas” e notou que a instituição nasceu “para a grande dependência, por isso é que a população do lar é muito dependente do ponto de vista físico e mental, nomeadamente os doentes de Alzheimer”.

A Misericórdia tem as valências de lar, centro de convívio, apoio domiciliário (com teleassistência), gabinete de apoio ao familiar e doente de Alzheimer (centro de dia, apoio psicossocial, formação para cuidadores e comunidade, e serviço GPS) e banco de ajudas técnicas.

A nova sede vai concentrar todas as valências no mesmo espaço, com exceção do centro de dia para doentes de Alzheimer, cuja parceria com a Paróquia de Fátima é para manter, referiu Fernanda Rosa.

Atualmente, no lar estão 39 utentes, no serviço de apoio domiciliário entre 20 e 25, e o gabinete de apoio ao familiar e doente de Alzheimer acompanha 35 pessoas, entre utentes e cuidadores.

O centro de convívio, com capacidade para 15 utentes, funciona de forma condicionada devido à pandemia de Covid-19.

Entretanto, a Misericórdia viu aprovada uma candidatura ao Portugal Inovação Social para complementar o serviço de apoio domiciliário com resposta ao nível das terapias ocupacionais e fisioterapia. “O objetivo é prolongar a permanência dos utentes em sua casa, com proteção, segurança e apoio”, disse a provedora.

Com 36 funcionários e avenças com mais três profissionais, a Santa Casa da Misericórdia nasceu em 2006.

Voz das Misericórdias, Filipe Mendes