Nomeado de “O Som das Imagens”, este espetáculo apresentou várias peças de bandas sonoras de filmes épicos da história do cinema, desde o clássico Charlie Chaplin à Guerra das Estrelas.
Durante o evento, a sonoridade desta orquestra, aliada a imagens dos filmes, transportou aproximadamente 300 pessoas, de várias faixas etárias, numa viagem em memórias e aventuras de alguns dos clássicos da sétima arte.
Segundo a provedora da instituição, Fernanda Rosa, tratou-se de um apoio “muito relevante” a um projeto “urgente em prol dos mais carenciados, em especial dos mais dependentes na realização das tarefas básicas da vida diária”.
Desde que iniciou atividade em 2005, a Misericórdia de Fátima-Ourém tem a sede e o lar de idosos a funcionar em instalações arrendadas, provisoriamente adaptadas, que atualmente se encontram desajustadas às exigências e necessidades do seu público-alvo. Por isso, a provedora considera que é “urgente a construção de uma sede que permita um melhor acolhimento e o alargamento da sua capacidade de ação”.
"Acima de tudo, queremos fazer mais por quem precisa não só de cuidados médicos, mas também de mais atenção e apoio. É nosso objetivo tratar das pessoas e contribuir para a melhoria da sua saúde, mas, essencialmente, para que tenham o bem-estar que merecem", refere Fernanda Rosa.
O primeiro passo para a execução do projeto foi dado em julho de 2015, com a assinatura de um protocolo de cooperação com a Junta de Freguesia de Fátima. No âmbito do acordo, “a Santa Casa adquiriu à Junta, pelo valor simbólico de 50 euros, um terreno em zona edificante com a área de 4.200 metros quadrados na localidade de Moimento”, revelou a provedora.
Desde então têm vindo a ser desenvolvidos contactos “em várias frentes” para a obtenção de apoios para a concretização deste projeto. “Não temos dinheiro para investir, o serviço que prestamos é a uma população tendencialmente carenciada do ponto de vista económico, pelo que estamos a apelar a beneméritos e entidades públicas para o concretizar”, declarou Fernanda Rosa.
Neste momento, o projeto já está aprovado pela autarquia e, em breve, darão entrada dos serviços municipais os projetos de especialidade. “A nossa expectativa é iniciar a obra no segundo semestre de 2020”, referiu.
Esta foi, assim, a primeira de diversas iniciativas de angariação de fundos para a construção da nova casa desta instituição que dedica a sua missão à comunidade sénior, com características de grande dependência em razão da idade e da doença, em particular a demência.
Aquela que é uma das mais jovens Misericórdias do país tem desenvolvido, segundo refere Fernanda Rosa, um trabalho de “muito relevo” através do Gabinete de Apoio ao Familiar e Doente de Alzheimer.
Criado em 2007, este gabinete promove sessões de autoajuda para cuidadores, tem serviços de teleassistência e localização GPS e disponibiliza acesso gratuito ao banco de ajudas técnicas.
Mais recentemente, no ano passado, criou uma resposta inovadora: um centro de dia direcionado para pessoas que sofrem daquela patologia, com o nome “Lembra-te de mim”, numa parceria com a paróquia local e o Conservatório de Música.
“Este centro de dia é um espaço de intervenção terapêutica e de estimulação cognitiva de forma a retardar os sinais da doença”, adiantou Fernanda Rosa, notando “estar provado que, com uma intervenção direcionada e específica para estimular as capacidades que cada doente tem, é possível manter por mais tempo a sua autonomia e qualidade de vida”.
Apoio psicossocial, acompanhamento psicológico aos doentes e familiares, e intervenção não farmacológica estão entre as ações desenvolvidas neste centro de dia que tem sessões de terapia ocupacional, fisioterapia, musicoterapia e exercício físico, além de jardinagem, canto, dança, artes plásticas e convívios intergeracionais.
A Santa Casa da Misericórdia de Fátima-Ourém completou 14 anos de existência em outubro. Atualmente tem 39 utentes em lar e outros 20 no centro de convívio. Presta apoio domiciliário a mais 20 pessoas e no Gabinete de Apoio ao Familiar e Doente de Alzheimer acompanha 30 famílias.
Com 33 funcionários, a instituição estima que com as novas instalações possa aumentar a capacidade das valências de lar e apoio domiciliário “porque a procura é muito grande”.
Voz das Misericórdias, Filipe Mendes