Com o objetivo de promover uma reflexão sobre projetos sociais, financiamento e património, com foco em estratégias para a sustentabilidade das Misericórdias, a Santa Casa da Misericórdia de Gáfete promoveu, a 22 de junho, a conferência ‘Desafios e Oportunidades: Caminhos para a Sustentabilidade das Misericórdias’.

O evento reuniu provedores, diretores e órgãos sociais de IPSS do concelho do Crato e foi moderado pelo provedor da Santa Casa anfitriã, Carlos de Abreu. Entre os oradores estavam Manuel Maia Frazão, vogal do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Joaquim Diogo, presidente da Câmara Municipal do Crato, Joaquim Araújo, presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Alto Alentejo, e Mariano Cabaço, responsável do Departamento de Património da UMP.

Recordando que a Mesa Administrativa da Santa Casa de Gáfete tem uma nova equipa há apenas alguns meses, o provedor destacou a importância desta iniciativa pela pertinência do tema, enaltecendo a qualidade e os contributos das várias intervenções, na convicção de que “este é o caminho a seguir, o de refletir sobre o futuro para, em conjunto, encontrarmos soluções e partilharmos conhecimentos que nos podem ajudar a construir um futuro sustentável”, sublinhou Carlos de Abreu.

Com diversas abordagens à questão da sustentabilidade, foi pautado por todos os intervenientes a importância de repensar práticas e modelos de gestão das Misericórdias, tendo o presidente da Câmara do Crato defendido, inclusive, a necessidade “urgente” de um novo modelo de financiamento, bem como a “profissionalização da gestão das Misericórdias”.

Por sua vez, Manuel Maia Frazão fez questão de salientar que a sustentabilidade é um assunto “transversal, mas nas Misericórdias tem de ser um assunto assumido por todos”.

Nas suas intervenções, o vogal da UMP apontou algumas soluções que podem contribuir para a sustentabilidade das Misericórdias, mas deixou também sublinhado que “a União das Misericórdias não defende a alienação do património das Santas Casas”, o que pode ser tentador para algumas instituições que vivem com dificuldades financeiras.

“O património, por norma, vem para as Misericórdias por benemerências, o qual deverá ser recuperado e rentabilizado para que seja criado mais um pilar de sustentabilidade, porque só assim se consegue continuar a dar resposta aos que têm menos possibilidades financeiras”, justificou.

Voz das Misericórdias, Patrícia Leitão