Na oportunidade, o provedor da Misericórdia de Galizes explicou que este evento, embora se apresente como uma tradição no calendário da instituição que dirige, “teve o seu interregno, nos últimos anos, em virtude da falta de um espaço condigno e devidamente adaptado para o público e utentes”. O que coincidiu com os efeitos imediatos da pandemia nas dimensões económica, social e psicossocial da comunidade local.
Para Bruno Miranda, esta realização “tem um significado muito mais profundo do que a simples formalidade de uma gala”, porque, além de celebrar “o legado de um homem cuja vida foi dedicada à família, à saúde, à dignidade humana e ao serviço público” – referindo-se a António Vaz Patto, que igualmente foi provedor da Santa Casa nas décadas de 40 e de 50 do século passado –, o recuperado encontro anual permite, sobretudo, celebrar “a existência da instituição, associando-a ao seu maior capital: as pessoas”.
“Nesta oitava edição, queremos não apenas recordar o passado, mas também olhar para o futuro”, expressou o provedor da Misericórdia de Galizes, na expectativa de um amanhã mais solidário, em que “a responsabilidade social e o respeito pelos direitos humanos sejam mais do que palavras bonitas”, com “compromissos reais e concretos”.
Assim, Bruno Miranda enalteceu o “capital humano” da Santa Casa: “Irmãos, utentes, colaboradores, fornecedores e entidades parceiras”. “Nesse prisma, é fundamental destacar o papel dos nossos colaboradores. São eles que, todos os dias, com profissionalismo, dedicação e espírito de missão, garantem que a nossa instituição cumpre os seus objetivos. Mais do que executores de tarefas, são guardiões de valores e agentes de transformação”, salientou o provedor.
Nesse contexto, o atual dirigente observou que a instituição, com quase 357 anos, “tem procurado, mesmo em tempos desafiantes, manter-se fiel à sua missão de apoio aos mais vulneráveis, reinventando-se sempre que necessário, mas sem nunca perder de vista a essência humanista”.
A oitava edição da Gala Dr. António Vaz Patto integrou, na sequência do espetáculo ‘Mil Sorrisos’, momentos musicais diferentes, intercalados com momentos de dança, com a atuação performativa ‘A Mente’ e com a apresentação de vídeos em que os utentes da instituição são os protagonistas. A primeira participação musical conjunta foi a do pianista Jó Dutra, que acompanhou Alexandre Sayal ao violino, com temas da própria autoria. Outra intervenção, intitulada ‘Música, Maestro!’, coube ao Coral de Sant’Ana, de Oliveira do Hospital. O Coimbra Gospel Choir (um dos grupos da Amazing Arts – Companhia de Artes de Coimbra) encerrou o encontro com um miniconcerto.
A par da entrega do ‘Prémio Irmandade’ ao padre António Borges de Carvalho, irmão há mais de 50 anos, e do ‘Prémio de Mérito Desportivo’, entregue ao professor Cláudio Gomes, que trabalha com atletas de desporto adaptado, a instituição reconheceu entidades parceiras, a exemplo da Misericórdia de Tábua, da Indubeira (no contexto do Programa Alimentar para as Pessoas Mais Carenciadas e do Programa Privação Material) e da Associação Progressiva de Santo António do Alva.
Voz das Misericórdias, Vitalino José Santos