A sessão inaugural decorreu no passado dia 8 de fevereiro, no Convento de Santo António dos Capuchos, na igreja anexa ao edifício do antigo hospital. O objetivo principal do trabalho é promover sessões públicas onde sejam debatidas temáticas de interesse coletivo a toda a comunidade local, tendo como referência convidados especializados nas temáticas visadas.
Esta primeira edição abordou o tema de como lidar com o luto, materializado na perda de um ente querido ou uma pessoa próxima, seja através da morte de um familiar ou amigo, mas também em outras situações diversas, como por exemplo o divórcio ou mesmo a perda de um emprego. A sessão teve como oradora principal a autora do livro ‘Há Vida Depois do Luto’, Márcia Amorim. A obra serviu de ponto de partida para uma conversa profunda sobre o luto e os caminhos para lidar com a perda, incentivando os presentes a refletirem sobre a importância do autocuidado e do apoio a quem enfrenta momentos difíceis.
Para a sessão juntaram-se cerca de 60 pessoas, que preencheram a nave da igreja, interessadas em refletir sobre os desafios da perda e do autocuidado necessário durante esse período individual que pode ser particularmente complicado e difícil. A dinamização do debate esteve a cargo da Juliana Sousa, diretora de enfermagem na Santa Casa, que promoveu um ambiente de partilha e acolhimento entre os presentes.
Durante a conversa coletiva, foram levantadas questões pertinentes sobre os desafios da vida e a forma como cada um pode contribuir para uma sociedade mais solidária e atenta ao bem-estar de todos. Por exemplo, o que fazer durante um velório? O que decisivamente não fazer? Ou como lidar neste caso com os mais pequenos, altura que a intervenção dos progenitores é absolutamente fundamental, segundo Márcia Amorim.
Nas suas redes sociais, Márcia Amorim, que gere a ‘Academia do Luto’, quis destacar que se tratou de “um momento especial, num lugar lindo e com pessoas únicas”, mostrando-se agradecida à equipa da Misericórdia de Guimarães e a todos os presentes por terem participado no momento que lhe “tocou e encheu o coração”.
Juliana Sousa associou o sucesso desta primeira tertúlia “ao interesse da população em participar em iniciativas como esta, que fomentam o diálogo e o apoio comunitário”. Afirmou ainda que esta reflete o sentido de compromisso da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães e promete continuar a promover encontros semelhantes, fortalecendo a rede de apoio e partilha entre os munícipes. “O mais importante desta conversa foi levar tranquilidade e leveza a este tema, contribuindo para a forma como nos relacionamos com o luto e com as pessoas enlutadas”, concluiu.
A iniciativa terá continuidade, garantiu Juliana Sousa, com uma periodicidade mensal, sendo que próxima sessão deverá acontecer ainda no final do próximo mês de março.
Voz das Misericórdias, Alexandre Rocha